É preciso entender que humanidade não está em guerra contra o planeta

Está começando a parecer que neste ano de 2024, que se inicia, a humanidade irá recuperar o bom senso. Aos poucos os sintomas começam a ficar mais claros. A mais evidente demonstração ocorreu na mais recente COP, a 28, onde a disruptura, quebra ou descontinuação de um processo já estabelecido, do entendimento sobre a ignorância pregada pela nova crença ambiental. O que ocorreu na COP28 não está sendo divulgado em nosso país dando a todos a impressão que tudo está ‘como d’antes no quartel de Abrantes’, expressão utilizada para dizer que nada mudou.

“Perplexo como um vegano convidado pelo melhor amigo para um churrasco, o mundo assiste a uma aparentemente inexplicável e vigorosa marcha à ré na política climática da Suécia – o país de Greta Thunberg, e historicamente um dos maiores líderes globais na defesa do meio ambiente. Às vésperas da COP28, o governo anunciou um orçamento que deve elevar dramaticamente as emissões de carbono. E ficou evidente que o país não mais será capaz de cumprir suas metas climáticas para 2030 – e de ser percebido pelo mundo como modelo”, Claudia Wallin, em 21.12.2023, no site MediaTalks.

Vejamos a opinião da jornalista Giovana Girardi, que chefia a cobertura de clima na Agência Pública e esteve em Dubai cobrindo a COP28

“Embora os efeitos de chuvas intensas e rápidas estejam ligados a um planeta mais quente, podem também ser resultado de má gestão de infraestrutura urbana, pavimentação sem permeabilidade, ausência de árvores e ocupação de mananciais. Girardi chama a atenção para o risco de governantes usarem o clima como desculpa para justificar que não havia nada a ser feito para prevenir ou minimizar as catástrofes. ‘É justamente porque o clima não é mais o mesmo que o planejamento das cidades, estados e países tem que mudar para levar em conta as novas variáveis trazidas pelas mudanças climáticas”, afirma a jornalista.

O que aconteceu na COP28 pode não provocar grandes mudanças de imediato, porém trata-se de um dos primeiros passos para o retorno do bom senso e um sintoma claro de que o terrorismo climático começa a perder espaço. A Suécia, país historicamente um dos maiores líderes globais na defesa do meio ambiente deu um passo gigantesco de retorno à coerência, as autoridades daquela nação perceberam bem a tempo que o ambientalismo desvairado que haviam abraçado começou a causar enormes prejuízos e a prejudicar o povo que deveriam proteger. Greta a criança ingênua que foi usada pela nova crença ambiental perdeu espaço no seu reduto de criação e, mais, cresceu gostando de uma fama que logo logo terá que abdicar.

A jornalista Giovana Girardi foi de uma clarividência extraordinária quando deixou de falar em ‘mitigação’ e propôs o que sempre tenho pregado a ‘adaptação’, o que os seres humanos tem feito através dos milênios: ‘É justamente porque o clima não é mais o mesmo que o planejamento das cidades, estados e países tem que mudar para levar em conta as novas variáveis trazidas pelas mudanças climáticas’. Temos que tomar consciência que humanidade não está em guerra contra o planeta ou vice versa.

“Não há nada confiável neste mundo a não ser a mudança” – Heráclito de Éfeso foi um filósofo pré-socrático considerado o “Pai da dialética”.

Gil Reis
Consultor em Agronegócio