“Segunda lua” da Terra tem origem descoberta

O que distingue Kamo’oalewa dos típicos asteroides próximos da Terra é sua notável semelhança com a superfície lunar tanto em refletividade quanto em cor. Essa distinção, combinada com sua distância variável da Terra ao longo de séculos, tornou-o um assunto de estudo fascinante.

Kamo’oalewa e a cratera Giordano Bruno da Lua
O estudo, publicado na Nature, mergulha nos processos complexos por trás de fragmentos lunares induzidos por impactos migrando para o espaço co-orbital da Terra.
Ao comparar as propriedades de Kamo’oalewa com as da cratera Giordano Bruno, os pesquisadores apresentam evidências convincentes ligando o asteroide às suas origens lunares.
Uma percepção chave da análise é a rápida rotação de Kamo’oalewa, indicando uma estrutura sólida e monolítica.
Isso sugere que ele foi escavado como uma única entidade, em vez de um monte fragmentado de detritos — uma pista crucial para rastrear suas origens até um evento de impacto lunar.
Entre a seleção limitada de crateras lunares que atendem aos critérios de tamanho e idade, Giordano Bruno emerge como o candidato mais promissor.
Com suas dimensões e composição alinhando-se de perto com as de Kamo’oalewa, a cratera apresenta um caso convincente como o local de nascimento do asteroide.

O período de formação de Kamo’oalewa é limitado pela vida útil dos asteroides próximos da Terra, estimada em cerca de 100 milhões de anos. Além disso, a ausência de detritos esperados do impacto implica uma faixa de idade de 10 a 100 milhões de anos para o asteroide.

Simulações sugerem que o impacto de um asteroide com aproximadamente 1,66 quilômetros de diâmetro poderia ter ejetado até 400 fragmentos do tamanho de Kamo’oalewa da Giordano Bruno. Embora a maioria desses fragmentos tenha deixado o espaço co-orbital da Terra dentro de 10 milhões de anos, exceções raras poderiam persistir, potencialmente explicando a presença de Kamo’oalewa.

A perspectiva de mais exploração aguarda, à medida que missões futuras prometem revelar mais segredos escondidos em nosso satélite natural. Meteoritos lunares ligados à cratera Giordano Bruno e a iminente missão Tianwen-2 pela Administração Espacial Nacional da China oferecem esperança para uma compreensão mais profunda das origens de Kamo’oalewa e dos mistérios que ela guarda.

Olhar Digital
(Imagem: Space Reference / Reprodução)
Ana Luiza Figueiredo