Pesquisadores da Humanitas e do Politecnico di Milano (Itália) desenvolveram chip microfluídico em 3D para acelerar a pesquisa e a medicina personalizada no tratamento do câncer de colangiocarcinoma. Esse tipo de câncer é agressivo e raro, afetando cerca de 5,5 mil pessoas na Itália a cada ano.
Os pacientes, muitas vezes, só são diagnosticados em estágios avançados da doença, o que dificulta o tratamento efetivo. A falta de opções terapêuticas e a alta taxa de mortalidade do colangiocarcinoma tornam necessário o desenvolvimento de modelos in vitro que possam recapitular as características da doença, em particular a interação entre as células tumorais e as células do sistema imunológico.
O que é o câncer de colangiocarcinoma?
O câncer de colangiocarcinoma é um câncer raro do fígado e deriva de transformação maligna dos colangiócitos, as células que revestem o trato biliar.
Infelizmente, a doença é frequentemente diagnosticada em estágio avançado, porque os pacientes apresentam poucos sintomas. É também por isso que os tratamentos são muitas vezes ineficazes: no momento do diagnóstico, apenas 10 a 30% dos pacientes são elegíveis para a remoção cirúrgica do tumor.
Características do chip
- O novo chip microfluídico tem alguns poucos centímetros e pode ser segurado entre dois dedos;
- Ele é modelo 3D altamente fiel do câncer de colangiocarcinoma e de seu microambiente tumoral;
- Ele é construído a partir de células cancerígenas de um paciente específico, tornando-se plataforma personalizada de teste de drogas;
- Esse avanço só foi possível graças a abordagem multidisciplinar que envolve biomedicina, física e engenharia;
- O objetivo final desse dispositivo é acelerar a pesquisa sobre o colangiocarcinoma, fornecendo novo modelo de laboratório que melhor reproduz o que é observado nos pacientes;
- Além disso, conforme o Medical Xpress, também pode ser usado como plataforma personalizada para testes de drogas, ajudando a prever a resposta dos pacientes aos tratamentos;
- Estudos demonstraram que o dispositivo consegue recapturar com fidelidade a ativação das células T e a resposta terapêutica a diferentes drogas, com base nas características da recorrência do câncer.
Desenvolvimento e aprimoramentos futuros
Os pesquisadores planejam aprimorar ainda mais o dispositivo, adicionando células do sistema imunológico inato e introduzindo microbombas que possam imitar o fluxo sanguíneo e a vascularização. Também pretendem testar o dispositivo em grupos maiores de pacientes para confirmar sua capacidade de recapitular o que é observado em ambiente clínico.