Moraes contatou chefe do BC para interceder pelo Master, diz jornal

MINISTRO TERIA PEDIDO A GABRIEL GALÍPOLO QUE ACERTO ENTRE O BANCO MASTER E O BRB FOSSE APROVADO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria atuado diretamente junto à cúpula do Banco Central (BC) em defesa do Banco Master, instituição que é alvo de investigação por uma fraude bilionária envolvendo a emissão de carteiras de crédito falsas e a venda de ativos inexistentes. A informação foi publicada nesta segunda-feira (22) pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

De acordo com o veículo, Moraes teria procurado o presidente do BC, Gabriel Galípolo, em ao menos quatro ocasiões para tratar da situação do banco, sendo três vezes por telefone e uma em reunião presencial. Segundo a colunista, as informações foram repassadas por seis fontes diferentes nas últimas três semanas, sendo que uma delas teria ouvido do próprio ministro sobre o encontro.

As conversas ocorreram ao longo dos últimos meses, quando o BC analisava a tentativa de venda do Master ao Banco de Brasília (BRB). Em uma dessas abordagens, Moraes teria manifestado simpatia pessoal pelo dono do banco, Daniel Vorcaro, e defendido a aprovação do acerto. O ministro teria argumentado que o Master seria alvo de resistência por avançar sobre o espaço ocupado por grandes instituições financeiras.

Durante a conversa presencial, segundo a colunista, Galípolo respondeu a Moraes, porém, que a autarquia já havia identificado fraudes envolvendo o repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master ao BRB. Diante desse cenário, Moraes teria reconhecido que, caso as irregularidades se confirmassem, não haveria como autorizar o negócio. Procurados, Moraes e Galípolo não comentaram os relatos.

Diante da notícia, o caso ganha contornos ainda mais sensíveis em meio à revelação do contrato firmado entre o Master e o escritório Barci de Moraes, pertencente à advogada Viviane Barci, esposa do ministro do STF. O acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões por três anos, valor que poderia chegar a cerca de R$ 130 milhões, para que ela representasse legalmente a instituição.

Do Pleno.News