A polícia de Beihai, na província de Guangxi, deteve Su Ziming, esposa do pastor Wang Lin, líder da Zion Church, uma das maiores igrejas domésticas do país. Ela foi chamada para depor sob suspeita de “uso ilegal de uma rede de informação”.
Fontes ligadas ao grupo afirmam que a família de Su não recebeu nenhum aviso formal sobre a prisão. Cristãos próximos ao caso dizem que a medida pode ser uma forma de pressionar o pastor Wang Lin, que está preso desde 9 de outubro, em Shenzhen. As informações foram divulgadas pela associação China Aid.
Segundo essas fontes, as autoridades teriam dificuldade para sustentar as acusações contra o pastor e estariam usando familiares para aumentar a pressão. A detenção de Su também teria o objetivo de interromper sua comunicação com pessoas de fora do país.
Desde a prisão de Wang Lin, ao menos 23 pastores e membros da Zion Church foram detidos, interrogados ou chamados pela polícia em cidades como Pequim, Xangai, Zhejiang, Shandong, Guangdong e Guangxi. Alguns já foram liberados sob fiança, mas o pastor segue preso no Centro de Detenção nº 2 de Beihai.
Cristãos que acompanham o caso relatam que, um dia após a prisão do marido, Su Ziming tentou deixar a China com os dois filhos, mas foi impedida pela imigração, que informou haver restrição de saída.
Wang Lin, de 42 anos, é ex-advogado e tem doutorado em Teologia do Antigo Testamento pela Wheaton College, nos Estados Unidos. Após a proibição da Zion Church em Pequim, em 2018, ele se mudou para Xangai e continuou atuando em pequenos grupos e cultos online. A família afirma enfrentar pressão constante desde junho de 2025, com mudanças forçadas de residência e problemas na escola das crianças.
O caso ocorre em meio ao endurecimento das regras religiosas na China. Em setembro, o governo publicou novas normas que limitam conteúdos de fé na internet e exigem que tudo seja divulgado somente por plataformas registradas.
