Veleiro da família Schürmann atraca em Belém, na Casa das Onze Janelas

O veleiro Kat, da família Schürmann, aportou em Belém na tarde de domingo (2), para uma temporada no píer da Casa das Onze Janelas, onde permanecerá até 22 de novembro. Nesse período, o Projeto Casa Vozes do Oceano ocupará o local. Com apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a iniciativa da família Schürmann promoverá um encontro da arte com a ciência em prol da proteção dos oceanos. A visitação começará na quarta-feira (5).

A ação também tem apoio global do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma). A temporada em Belém marca a conclusão da primeira volta ao mundo da iniciativa em defesa dos oceanos. A Casa Vozes do Oceano será um ponto de encontro entre arte, cultura, ciência e ativismo ambiental.

Realização do Instituto Voz dos Oceanos, liderado pela família Schürmann, o espaço propõe reflexões que conectam a Amazônia ao oceano, alertando para a urgência em conter o desequilíbrio climático.

“Esse projeto de ocupação da Casa das Onze Janelas traz uma programação muito qualificada pra discutir o nosso desafio climático, essa crise civilizatória que estamos vivendo. Nós temos uma Amazônia costeira que precisa da nossa atenção, nosso cuidado, principalmente nas áreas de manguezais. E a intervenção artística aqui na fachada da Casa é feita por artistas paraenses, o que vai fazer com que a experiência se amplie para além dos debates sobre ciência, educação, soluções, mas uma experiência estética que também nos provoca muitas reflexões”, ressalta a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.

“A gente fez questão de montar uma casa junto com a Secult, o Governo do Pará, que fosse pra todos, que não fosse excludente. É um espaço que todo mundo pode experimentar. Vamos ter sessões de cinema, palestras, uma exposição do fotógrafo Luiz Braga, uma segunda exposição que é interativa e itinerante. Ela viaja o Brasil inteiro levando as pessoas para o oceano, pra ter uma experiência de como é navegar, sentir-se embaixo d’água. Ficamos muito gratos à Secult, a todos os artistas que nos abraçaram, e confesso que foi uma surpresa esse abraço enorme. A gente se sentiu muito privilegiado e muito bem acolhido”, afirmou David Schürmann, CEO do Instituto Voz dos Oceanos.

VISITAÇÃO

O veleiro também estará aberto ao público. “A gente tem uma maneira de fazer a visita, que são grupos de seis em seis pessoas. Vamos anunciar, em breve, quais serão os dias específicos de visitação ao veleiro. Vamos acolher o máximo de pessoas possíveis para terem essa experiência, desse que é um veleiro muito diferente. Tem uma pegada ambiental muito forte”, adiantou David Schürmann.

A artista e curadora Roberta Carvalho explicou a concepção artística do projeto. “Estamos trazendo a assinatura de vários artistas paraenses justamente para que a arte traduza esse trabalho incrível e importantíssimo da família Schürmann e do Projeto Vozes do Oceano. Traz pra gente, pra Belém, nesse momento onde a gente tá debatendo a justiça climática, a perspectiva de que falar de oceano, falar das águas, é de extrema importância. Esses artistas vão fazer intervenções em corais, trazendo essa ideia de debater o branqueamento dos corais, o que já é um reflexo das mudanças climáticas nos mares”, disse Roberta Carvalho.

A fachada receberá um videomapping, arte e tecnologia que mostrarão um pouco desse mergulho na história desse projeto de divulgação sobre a importância dos oceanos e dos mares”, acrescentou.

O espaço também terá a exposição “Do Rio ao Mar”, do fotógrafo paraense Luiz Braga.
A Casa Vozes do Oceano terá participação de 50 instituições. Representantes do poder público e da iniciativa privada, além de acadêmicos e lideranças jovens, se reunirão para discutir pautas e cases voltados à defesa dos mares, em uma programação integralmente gratuita.

Da Agência Pará