CONCESSIONÁRIA ESPANHOLA ASSUMIU O TERMINAL HÁ DOIS ANOS, MAS PASSAGEIROS AINDA ENFRENTAM ABANDONO E FALTA DE SUPORTE BÁSICO
O Aeroporto João Corrêa da Rocha, em Marabá, no sudeste do Estado do Pará, voltou a ser alvo de críticas nesta semana. Passageiros que passaram pelo terminal na tarde de terça-feira (28) relataram a total ausência de atendentes nos balcões das companhias aéreas Gol e Azul — cenário que se repetiu mesmo em horário de pico, por volta das 14h.
A situação causou revolta e desorganização entre os viajantes, que ficaram sem informações sobre voos, bagagens e embarques. “Não tinha ninguém para atender, nem da companhia, nem do aeroporto. Parecia que tudo tinha parado”, relatou uma passageira que tentava embarcar para Belém.
O terminal é administrado pela Aena Brasil, subsidiária da empresa espanhola Aena, que assumiu oficialmente a operação em 21 de novembro de 2023. Desde então, a concessionária é responsável pela gestão, modernização e expansão do aeroporto, além de prometer melhorias na infraestrutura, como a ampliação do terminal de passageiros e a modernização das pistas.

No entanto, quase um ano após o início da concessão, usuários afirmam que o atendimento continua precário. A falta de funcionários em setores essenciais compromete não apenas o conforto dos passageiros, mas também o funcionamento do turismo e da economia local. Marabá é um dos principais polos regionais do Pará e porta de entrada para visitantes de negócios, eventos e turismo ecológico.
Empresários do setor turístico temem que a imagem negativa do aeroporto afaste visitantes. “Como atrair turistas se nem quem chega consegue informação? É uma propaganda ruim para toda a região”, avalia um representante de agência de viagens local.
Até o momento, a Aena Brasil não se manifestou sobre a ausência de atendentes e os transtornos relatados. O episódio reforça a necessidade de fiscalização por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do poder público estadual, a fim de garantir que a promessa de modernização não se limite ao papel enquanto o atendimento básico segue inexistente.
Do Jornal PASSAPORTE

