Investimento recorde reforça qualidade da merenda escolar em Belém

Em 2025, a Prefeitura de Belém já destinou mais de R$ 30 milhões para a merenda escolar da rede municipal de ensino, quase o dobro do valor aplicado em 2024, de aproximadamente R$ 17 milhões.

Com o novo aporte, o cardápio de 2025 apresenta maior variedade e quantidade de frutas, seguindo as diretrizes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

As escolas servem refeições completas, compostas por proteína (bovina, frango ou ovo), arroz ou macarrão, feijão e legumes. O feijão, por exemplo, está presente em cerca de 90% das preparações salgadas, fortalecendo nutricionalmente as refeições oferecidas. As frutas incluídas no cardápio — banana, laranja, melancia, tangerina, manga e mamão — são adquiridas de agricultores familiares por meio de cooperativas. São cerca de 40 toneladas distribuídas a cada 15 dias letivos, promovendo alimentação saudável aos estudantes e gerando emprego e renda para a comunidade rural.

“A merenda melhorou muito. A carne que recebemos é alcatra, de primeira. O feijão e o arroz também são de qualidade. São mais de mil refeições por dia preparadas com todo carinho. Fico emocionada quando os alunos dizem que estão de barriga cheia. A merenda é deles e feita para eles”, afirmou Cláudia Cunha, manipuladora de alimentos da Escola Helder Fialho, em Outeiro.

A oferta de açaí foi duplicada na merenda, beneficiando famílias de 115 produtores de Cotijuba, 74 de Mosqueiro e outros da ilha do Combu e de Santo Antônio do Tauá, por meio da Cooperativa Agropecuária de Produtores de Belém (Copabel).

Para o secretário adjunto de Serviços da Semec, Álex Dopazo, a alimentação escolar tem papel direto no aprendizado. “A escola precisa garantir que as crianças tenham uma ingestão nutricional adequada, que favoreça o processo de ensino-aprendizagem. Por isso, dimensionamos o cardápio de forma alinhada ao PNAE, oferecendo variedade e qualidade em cada refeição”, explicou.

A Semec recebe parcelas anuais do Governo Federal para a alimentação escolar, calculadas com base no número de alunos e modalidade de ensino, totalizando aproximadamente R$ 12 milhões. Como o recurso federal não cobre integralmente o cardápio proposto, a gestão municipal complementa com cerca de R$ 20 milhões. Atualmente, a maior parte do recurso federal do PNAE está sendo destinado à compra de gêneros da agricultura familiar, valor acima do mínimo exigido por lei, que é de 30% até 2025 e a partir de 2026 será de 45%.

A alimentação escolar é um direito garantido por lei pelo PNAE e visa oferecer refeições nutritivas e saudáveis, contribuindo para a segurança alimentar, a saúde e o aprendizado dos alunos. Para Beatriz Morrone, secretária adjunta pedagógica da Semec, “garantir uma alimentação de qualidade é garantir condições reais de aprendizagem e desenvolvimento”. Segundo ela, “uma boa merenda impacta diretamente a atenção, a disposição e o crescimento integral”.

O aluno Jorge Mateus, de 9 anos, do 5º ano da Escola Municipal Helder Fialho, comemora a merenda escolar cada vez mais farta e variada. “Assim que bate o recreio, corro para a fila da merenda. Aqui no meu prato tem carne, tem arroz, tem feijão, às vezes fruta e açaí. Saio satisfeito para a sala”, contou.

Para 2026, a Semec já planeja ampliar ainda mais a oferta de frutas e de gêneros regionais, como açaí, pupunha e tucupi, garantindo uma alimentação cada vez mais nutritiva e alinhada à cultura alimentar amazônica.

Da Agência Belém