A Embratur participou, na terça-feira (23), do lançamento da Rota Combú, na Ilha do Combu, em Belém, do projeto de turismo de base comunitária elaborado pelo Sebrae Nacional, Sebrae do Pará e a comunidade local em um território único da amazônia, separado da capital paraense por um rio. A solenidade celebrou os empreendedores ribeirinhos que criaram e estão gerindo a rota de turismo sustentável.
O evento contou com a presença do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, do diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, dos empreendedores da rota e de representantes do trade turístico e dos órgãos públicos estaduais e municipais de gestão do turismo.
A Rota Combú é um projeto de estruturação turística que valoriza a cultura ribeirinha, promove o ecoturismo e fortalece o empreendedorismo local. Os próprios ribeirinhos apresentaram o roteiro e falaram sobre a criação da Rota, que oferece experiências autênticas na Amazônia paraense, que incluem vivências culturais e o conhecimento de quem transmite saberes ancestrais passados de geração em geração.
A 15 minutos de barco de Belém, a ilha é famosa pelos restaurantes à beira do rio, banhos em igarapés e culinária típica. O projeto vem para criar um produto turístico estruturado, que convide o visitante a permanecer dois ou três dias na ilha, vivenciando tudo o que ela tem a oferecer, em substituição aos passeios curtos, de meio período, que até então estavam à disposição dos visitantes da região.
O projeto é composto de 14 empreendimentos que vão desde a agroecologia na fabricação de artesanatos até uma cooperativa de barqueiros que atua no transporte fluvial e passeios entre Belém e Combu, passando por artesanatos, ateliês, trilhas, quintais produtivos, hospedagem e diversas vivências culturais e experiências apresentadas por empreendedores locais, que estão prontos para receber turistas internacionais.
A iniciativa é resultado de um trabalho do Sebrae Nacional e o Sebrae Pará, que lideraram a estruturação da Rota Combú, com apoio da Embratur, que atua na promoção internacional do produto; da Raízes Desenvolvimento Sustentável, responsável por executar o projeto com foco em turismo de base comunitária; e da Green Destinations, que contribuiu com critérios de sustentabilidade.
O presidente da Embratur, marcelo freixo, destacou a importância da inauguração da rota turística às vésperas da COP 30, quando o mundo estará olhando para Belém e para a Amazônia. Para Freixo, o turismo é uma alternativa econômica para os povos da região, tornando lucrativa a preservação da floresta e preservando culturas e saberes locais. “O Sebrae não inventou o Cumbú, mas está ajudando a ilha a se tornar uma rota internacional. E isso é muito bom para a tradição e para geração de emprego e renda. E a Embratur é responsável pela promoção do Brasil no mundo. O que você encontra na Rota do Combú você não encontra em Paris, em Madrid, em São Paulo, ou em Santiago, você encontra aqui”, disse.
“Com a rota, temos a chance de trazer jornalistas estrangeiros, de trazer operadoras internacionais para cá, para conhecer esse Brasil mais profundo, que não está numa novela, num cartão postal, mas que está nesse sentimento que é esse Brasil de tantos Brasis”, completou.
Rubens Magno, por sua vez, lembrou que o turismo depende dos pequenos negócios, que representam 95% desse setor. “E o papel do Sebrae é ajudar os pequenos negócios. E não poderíamos ficar apenas nas grandes regiões. A gente precisa vir onde há empreendedor. E aqui nessa área insular de Belém, tem muito negócio, tem muita potência e tem muita ancestralidade. Então, quando o Marcelo Freixo, nosso presidente da Embratur topou fazer a divulgação internacional, nós arregaçamos as mangas, trabalhamos e hoje, entregamos. É mais um grande legado que a COP30 deixa para a nossa cidade e para o nosso país”, afirmou.
Ainda de acordo com o diretor superintendente do Sebrae no Pará, as comunidades decidiram ativamente o roteiro. “Não adianta a gente querer levar nossas soluções para o território. A gente precisa entender o que o território tem. E dessa forma a gente está fazendo realmente essa política de vir e ver o que tem dentro e trabalhar em cima das ferramentas que se tem, mas principalmente utilizando uma escuta ativa e ver o que tem de bom para mostrar para o planeta que, afinal, as pessoas vêm para cá para conhecer, para consumir e entender essa ancestralidade daqui da Amazônia.”
Já Analice Mota, empreendedora da agência Samauma Eco Experiências, lembrou que a Rota do Combú uniu os empreendedores da ilha em torno de um objetivo. “Então a nossa ideia é trabalhar dentro de uma perspectiva de turismo de base comunitária. Eu como guia de turismo, faço não só o guiamento, mas também vendo esse roteiro, porque eu também sou uma agência. A gente está feliz de o nosso trabalho ganhar visibilidade. Lá fora, então, é o que a gente está precisando”, comemorou.
PROJEÇÃO INTERNACIONAL
Após o lançamento em Belém, a Rota Combu terá lançamento nacional durante a ABAV-Expo 2025, em 9 de outubro. Essa apresentação na maior feira de turismo da América Latina vai fortalecer a presença da Amazônia paraense no cenário turístico e fazer da Rota Combu um legado de turismo sustentável para Belém após a COP30, em novembro.
Durante o encontro, a Embratur também entregou certificados de sustentabilidade em turismo da Green Destinations a todos os empreendedores que conseguiram os requisitos mínimos.
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