Haddad volta a defender taxação dos super-ricos

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a criação de uma taxação para grandes fortunas. Em conferência na Universidade Sciences Po, em Paris, ele afirmou que apenas três mil famílias brasileiras detêm, juntas, US$ 15 trilhões, cerca de R$ 85 trilhões.

Para Haddad, a tributação dos super-ricos é um “imperativo moral” frente ao crescimento das “oligarquias” nas democracias. Segundo estimativas da Fazenda, uma taxação de 2% sobre o patrimônio poderia gerar US$ 250 bilhões por ano ao país.

A criação da nova tributação foi uma das prioridades do Brasil incluídas nas discussões da cúpula do G20 no ano passado. À época, o ministro propôs a implementação de um tributo internacional, com o objetivo de investir os recursos arrecadados no combate à desigualdade e no financiamento da transição ecológica. O grupo de finanças do G20 assinou uma carta conjunta, mas não instituiu alíquotas ou prazos para a medida.

“Não importa onde a pessoa esteja residindo, se ela tem bilhões de dólares, tem que ser tributada”, ponderou o ministro da Fazenda.

·  Apesar da defesa, o ministro admitiu que a proposta enfrenta resistências no Congresso Nacional. Embora ainda não tenha sido apresentada nenhuma minuta, a classe política não demonstrou interesse em avançar nas discussões sobre o tema.

Do Boletim Esferaz