“Mostrarei ao governo como é não ter presidente do Senado aliado”

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), está não somente insatisfeito, mas também revoltado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O motivo: a decisão do petista de oficializar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF), sem comunicar o chefe da Casa Legislativa antes.

Segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo, Alcolumbre disse a interlocutores que, a partir de agora, será um “novo Davi” para o Palácio do Planalto e que vai mostrar ao governo “o que é não ter o presidente do Senado como aliado”. A fala teria sido proferida na última quinta-feira (20) a portas fechadas, logo após o anúncio da indicação de Messias.

Alcolumbre defendia de forma veemente a indicação de seu aliado, o senador e ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Dois dias antes da formalização da escolha por Messias, ele já havia advertido duramente o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

– Não me procure mais – teria dito ele a Wagner, irritado com a conversa entre Lula e Pacheco na noite anterior.

No diálogo, o presidente tentou persuadir Pacheco a deixar de lado suas aspirações à Corte e se candidatar ao governo de Minas Gerais, mas o ex-presidente do Senado estava irredutível ao dizer que deixará a política em janeiro de 2027.

Como resultado de sua insatisfação, Alcolumbre já começou a desenterrar projetos que elevam gastos públicos e pautas contrárias ao governo Lula. Entre elas, está a chamada “pauta-bomba”, que foi posta em votação na terça-feira (25) e aprovada.

O projeto regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias. A pauta resultará em custos bilionários, podendo atrapalhar as contas do governo. Estima-se que ela custará R$ 20 bilhões em dez anos.

Do Pleno.News