A LATAM Airlines passou a enfrentar uma onda de críticas depois de implementar, em voos domésticos, uma política que limita o uso do banheiro dianteiro da aeronave exclusivamente aos passageiros acomodados nas primeiras fileiras. A medida, segundo a companhia, tem como objetivo “organizar o fluxo de circulação a bordo” e “preservar a experiência do cliente premium”, mas acabou gerando forte reação negativa entre usuários e especialistas em direitos do consumidor.
A restrição — que já vinha sendo relatada informalmente por passageiros nas últimas semanas — ganhou grande repercussão nas redes sociais, onde viajantes classificaram a prática como discriminatória e, em alguns casos, constrangedora. Vídeos e depoimentos mostram comissários orientando passageiros a retornarem ao banheiro traseiro, mesmo quando este estava ocupado ou apresentava fila extensa.
Reclamações de pessoas com mobilidade reduzida
Entre os relatos que mais chamaram atenção estão os de pessoas com mobilidade reduzida ou com dificuldades para caminhar em corredores estreitos. Passageiros afirmam que, em alguns voos, o trajeto até o fundo da aeronave se tornou um obstáculo, especialmente durante momentos de turbulência ou quando o serviço de bordo estava em andamento.
Entidades ligadas à defesa dos direitos de pessoas com deficiência alertam que a política pode ferir princípios de acessibilidade e comprometer a segurança a bordo. A recomendação internacional é que aeronaves ofereçam condições adequadas para que todos os passageiros possam utilizar o banheiro mais próximo, principalmente em caso de urgência.
Especialistas analisam possíveis implicações legais
Advogados especializados em direito do consumidor afirmam que, embora as companhias aéreas tenham autonomia para organizar procedimentos internos, qualquer política que cause tratamento diferenciado sem justificativa de segurança pode ser questionada.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, práticas que gerem constrangimento ou dificultem o acesso a serviços essenciais podem ser consideradas abusivas. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) prevê que regras a bordo não podem ferir o princípio da igualdade de atendimento ao passageiro — o que abre espaço para contestação, caso a medida seja entendida como discriminatória.
Até o momento, não há registro oficial de abertura de processo administrativo, mas especialistas avaliam que a repercussão pode levar o tema à análise de órgãos de fiscalização.
Reação nas redes sociais e repercussão pública
No X (antigo Twitter), Instagram e TikTok, usuários levantaram a hashtag #BanheiroParaTodos, pedindo que a LATAM revise a política. Alguns influenciadores do setor de viagens classificaram a prática como “elitização desnecessária” e apontaram que outras companhias não adotam regra semelhante nos voos domésticos.
Outros passageiros, porém, defenderam a companhia, argumentando que a separação do fluxo de passageiros poderia reduzir aglomerações na parte dianteira e agilizar o serviço de bordo.
POSICIONAMENTO DA LATAM
Procurada por diversos veículos, a LATAM tem reiterado que as regras de circulação a bordo variam conforme o modelo da aeronave e que o objetivo é otimizar a operação e melhorar a experiência geral dos clientes. A empresa não indicou se pretende revisar a prática diante da repercussão.
DEBATE DEVE CONTINUAR
A polêmica reacende discussões sobre a segmentação de serviços na aviação comercial, o direito à acessibilidade e os limites entre diferenciação comercial e discriminação. Enquanto a LATAM sustenta que segue padrões internacionais, passageiros e especialistas defendem que a prioridade deve ser a segurança e o conforto de todos a bordo.
Do PASSAPORTE com informações do portal BahiaSocialVip
