Astrônomo do Vaticano, nomeado pelo Papa Leão XIV, diz que batizaria um alienígena

O astrônomo indicado pelo Papa Leão XIV para comandar a Specola Vaticana, um dos mais antigos observatórios astronômicos e centros de pesquisa científica do mundo, afirmou que a religião teria que “se reinventar” se a humanidade tivesse o primeiro contato com um alienígena.

Richard Anthony D’Souza disse acreditar que os ETs seriam criaturas de Deus e, como tal, teriam o direito de se juntar à sua fé.

O religioso jesuíta indiano, ordenado em 2011, de 47 anos declarou que o encontro com vida extraterrestre inteligente teria um impacto sísmico na religião e na história da Humanidade. Mas ele deixou claro que acolheria alienígenas na Igreja Católica.

Perguntado se realizaria um batismo alienígena, ele respondeu, de acordo com o “Telegraph”:

“Sim, sim. A teologia teria que se reinventar e levar em consideração esses outros seres. Todos eles fazem parte da criação de Deus.”

Natural de Goa (ex-colônia portuguesa na Índia), Richard Anthony foi criado numa família cristã. Formado em Física e com área de estudo na formação e na evolução de galáxias, o novo diretor é doutor pelo Instituto Max Planck, de Munique (Alemanha), e com pós-doutorado na Universidade de Michigan. O religioso sucedeu Guy Consolmagno, que estava à frente do Observatório desde 18 de setembro de 2015.

Para os descrentes, o Universo é produto do Big Bang (teoria que afirma que o universo começou há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de um ponto extremamente quente e denso que se expandiu e esfriou. A expansão continua até hoje, fazendo com que as galáxias se afastem umas das outras), e o padre também acredita no Big Bang, mas com uma participação de Deus no processo.

“Eu acredito em um Criador benevolente. Ele está por trás de tudo”, defendeu.

Ele ressaltou, com certa satisfação irônica, que a teoria do Big Bang foi obra de um padre católico belga, o Padre Georges Lemaître, em 1927.

“A teoria do Big Bang é um conceito muito católico. As ideias de Lemaître foram, de fato, menosprezadas por cientistas ateus. Eles não gostavam da ideia de um Universo com um começo. Preferiam ver o Universo como uma constante”, argumentou ele.

Desde que entrou para o observatório do Vaticano em 2016, Richard Anthony publicou artigos em vários periódicos científicos e agora tem um asteroide que leva seu nome. A enorme rocha, que dizem ter o tamanho de Manhattan (ilha em Nova York) é chamada de D’Souza 27397 e orbita o cinturão de asteroides do Sistema Solar, em algum lugar entre Marte e Júpiter.

Leão XIV estudou matemática na Universidade Villanova (Pensilvânia, EUA) e é um forte apoiador do observatório do Vaticano.

Do Extra.Globo