Aqui se trata de um caso que em 2024 abalou a comunidade evangélica em Minas Gerais ganhou novos desdobramentos. Vídeos publicados recentemente por uma mulher que se apresenta como ex-esposa do ex-pastor Leonardo Alvim voltaram a repercutir nas redes sociais e colocam em dúvida as motivações e a veracidade das denúncias feitas contra o pastor Mário de Oliveira, presidente nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ).
As gravações, divulgadas entre os dias 2 e 5 de outubro de 2025 em plataformas como Instagram, TikTok e YouTube, mostram supostos prints de conversas, áudios e documentos pessoais. A autora afirma que parte das acusações divulgadas no ano anterior teria sido “montada com fins políticos, financeiros e pessoais”.
Com mais de 300 mil visualizações, os vídeos foram amplamente compartilhados por fiéis e líderes religiosos de diversos estados.
“Muita coisa foi distorcida e usada de forma maldosa para atingir o pastor Mário”, diz a mulher em uma das publicações.
O caso reacendeu discussões sobre a responsabilidade na divulgação de denúncias sem provas e sobre os limites da exposição de disputas internas no ambiente religioso.
Justiça arquiva inquérito e confirma inexistência de crime
As novas revelações vieram à tona pouco após a confirmação judicial do arquivamento definitivo do inquérito contra o pastor Mário de Oliveira.
O processo, de número 0037770-78.2025.8.13.0433, tramitou na Comarca de Montes Claros (MG) e teve o arquivamento homologado após parecer do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Em despacho, o promotor Daniel Les Costa, da 6ª Promotoria de Justiça, afirmou que “não restou suficientemente demonstrada a materialidade delitiva”, classificando qualquer tentativa de reabrir o caso como uma “lide temerária”, sem base jurídica nem provas concretas.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) também concluiu que não havia indícios capazes de sustentar ação penal.
Juristas consultados ressaltam que a decisão não é apenas uma formalidade, mas o reconhecimento judicial de que o crime nunca existiu.
Repercussão nas redes e checagens independentes
Desde o início de outubro, os novos vídeos têm repercutido entre fiéis e líderes da Igreja do Evangelho Quadrangular em todo o país. Nas postagens, a ex-esposa do ex-pastor cita nomes de pessoas que teriam articulado conteúdos falsos e utilizado o caso para autopromoção e arrecadações financeiras em campanhas online.
Alguns dos materiais mencionados correspondem a lives e publicações de 2024, que seguem disponíveis em perfis com milhares de seguidores.
Diante da nova onda de informações, grupos independentes de checagem de fatos iniciaram análises técnicas dos áudios e metadados dos arquivos para verificar sua autenticidade.
Internamente, a IEQ considera o episódio encerrado judicialmente, mas acompanha o tema com cautela, destacando o impacto que polêmicas dessa natureza causam à imagem institucional e à confiança dos fiéis.
Reflexão sobre fé e responsabilidade digital
Especialistas em comunicação digital observam que o caso ilustra o poder — e o risco — da disseminação de conteúdos sem verificação nas redes sociais.
“Casos assim mostram o poder e o perigo da informação sem filtro”, avalia um analista ouvido pela reportagem.
Entre os fiéis, uma frase da própria autora dos vídeos ganhou força como símbolo da atual fase de reflexão:
“A verdade não precisa ser fabricada — ela apenas espera o tempo certo para se mostrar.”
Confira os dois vídeos:
Da Agência Ronabar Serviço Noticioso
