Senadores dizem que não há acordo para proteger irmão de Lula na CPMI do INSS

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o senador Eduardo Girão (Novo-RN), integrante da comissão, afirmaram que não existe nenhum acordo para impedir que o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, o “Frei Chico”, seja chamado para depor.

A possibilidade de o irmão de Lula ser poupado de prestar depoimento na CPMI havia sido levantada anonimamente na terça-feira (26) por dois parlamentares que integram a comissão, dois assessores de imprensa ligados a parlamentares de oposição e um assessor do Palácio do Planalto.

“Eu tenho certeza que isso não aconteceu”, disse o senador Girão durante a sessão desta quinta-feira. “Existe um clamor natural da população, sem fazer pré-julgamentos, de que as pessoas importantes nesse escândalo do roubo dos velhinhos sejam chamadas aqui em algum momento”, afirmou.

“Não há da minha parte, do relator [Alfredo Gaspar], qualquer acordo para que a gente blinde quem quer que seja, toda e qualquer pessoa poderá ser chamada”, disse Carlos Viana. Ele afirmou que o combinado entre os membros da comissão é que serão chamados todos aqueles que forem mencionados por algum tipo de nexo causal durante os depoimentos. Viana havia publicado um vídeo em suas redes sociais classificando o acordo como “fake news”.

“Frei Chico” ocupa a vice-presidência do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A verba recebida do INSS pela entidade passou de R$ 23 milhões em 2020 para R$ 154 milhões em 2024 — um aumento de 564%. Mas não há por ora evidência que implique o irmão do presidente no esquema fraudulento. Mas sua convocação poderia trazer prejuízo para a imagem de Lula, segundo analistas.

Da Gazeta do Povo