Galã de “Escrava Isaura”, novela de grande sucesso dos anos 70, Edwin Luisi falou da decisão de nunca ter se casado ou ter tido um relacionamento duradouro. Solteiro aos 78 anos, ele afirma que optou pela solitude por não gostar de nada que o “aprisione”.
“Desde pequeno eu tive uma necessidade de ficar sozinho. Gosto da solidão. Sou muito estranho. Me lembro da minha mãe perguntando se eu ia namorar, e eu dizia: se eu tivesse aptidão, eu seria padre. Porque eu gosto de ficar sozinho. Não nasci para dar satisfação, para me prender em nada. Odeio cerimonial, regra, me prender a qualquer coisa que me aprisiona. Preciso ficar sozinho”, explicou o ator em entrevista ao videocast Papagaio Falante, de Sérgio Mallandro e Renato Rabelo.
Edwin Luisi conta que chegou a se relacionar por dois anos com uma namorada, com cada um morando em sua casa, mas que não deu muito certo. O ator admite, porém, que gostaria de ser diferente:
“Eu queria ser normal. Gostaria de gostar de alguém, mas eu percebi muito cedo que isso não seria pra mim. Com trinta e poucos anos eu já sabia que essa [relacionamento] não era minha praia. E não precisa ser o que a sociedade manda que seja para ser feliz.”
Filho adotivo
Edwin Luisi tem um único filho: o ator Claudio Andrade, de 41 anos, que adotou quando o rapaz tinha 19.
“Eu sonhava em ter filho, cheguei a ver adoção, mas não deu certo. Conheci o Claudio e a família no Leblon, quando ele tinha uns 7 anos. Mais tarde, o encontrei morando em outro bairro, o pai dele foi morar no subúrbio. Ele estava saindo de um seminário, ia ser padre, mas queria ser ator. Ele estava meio perdido. Fui falar com o pai dele, e perguntei se ele podia morar na minha casa, que eu ia dar um suporte pra ele. Ele ficou lá. Ficamos amigos”, contou.
O ator explica como a relação de pai e filho foi estabelecida entre eles:
“O tempo foi passando. Ele conheceu a primeira mulher dele, eu fui padrinho do casamento, se separou e se casou com a atual mulher. Como a gente saía, era muito estranho a gente falar que era amigo, por conta da nossa diferença de idade. Aí começamos a chamar de ‘meu filho’ e ‘meu pai’ e aí ficou. E a gente viu que era isso que a gente queria mesmo da vida. Eu gosto de cuidar dele, ele gosta de cuidar de mim. Eu adoro a filha dele. Ela me chama de vovô. A mulher dele é um encanto de pessoa, e hoje eu tenho essa família”.
“Você não pode imaginar o quanto ele é importante pra mim. Ele veio completar uma coisa que me faltava. E eu me sinto muito orgulhoso de tê-lo como filho: ele é bonito, bom ator, está se preparando para lutas, é empreendedor. Estou muito bem amparado, e ele está muito bem amparado”, finalizou.
Do Extra/Globo