Três anos após a morte do ex-ator Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato da atriz Daniella Perez, em 1992, Raul Gazolla, viúvo de Daniella, voltou a comentar o caso. Em entrevista recente, ele afirmou ter sentido alívio com a morte de Pádua.
À “Veja”, Gazolla relembrou o dia em que o assassino morreu, em 2022, vítima de um infarto:
“Eu agradeci ao universo e disse: ‘poxa, o mundo respira melhor hoje’. Partiu alguém que nem deveria ter nascido. Assim como acredito que esses assassinos, psicopatas, pessoas doentes […] não podem conviver na sociedade, têm que ter prisão perpétua. Mas aqui a gente não tem nem pena de morte. Não sei se houvesse pena de morte os crimes seriam menos, não acredito nisso. Mas acredito que se elimina um perigo da sociedade quando se condena um assassino confesso, com nível de psicopatia”.
O crime cometido por Guilherme e que chocou o Brasil ocorreu na noite de 28 de dezembro de 1992. A atriz e bailarina foi morta por Guilherme e sua então esposa, Paula Thomaz. À época, Daniella e Guilherme contracenavam na novela “De corpo e alma”, da Rede Globo, escrita por Gloria Perez, mãe da atriz.
Daniella tinha deixado o estúdio no Rio, onde gravara cenas da produção, em seu carro, e foi seguida por Guilherme e Paula, dentro de um Santana. Horas mais tarde, Daniella foi encontrada morta num terreno baldio perto da Rua Cândido Portinari, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, com 16 perfurações no peito e no pescoço. Guilherme chegou a consolar Gloria Perez por telefone, mas o crime acabou descoberto.
O ex-ator foi condenado a 19 anos de prisão. Mas, sete anos depois, em 1999, deixou o presídio, na época em condicional. Em liberdade, tornou-se pastor e atuante nas redes sociais.
Na época do crime, Raul e Daniella eram casados. Eles se conheceram em 1989 e, dois anos depois, se casaram. Na entrevista, Raul comentou as fake news que circularam em torno da morte da ex-esposa.
“Quanto ao caso da Daniela Perez, na época a gente não tinha redes sociais, eram os jornais, as revistas e a imprensa televisiva. Então se espalha uma fake news, cada um dizia uma coisa. Aquilo virava manchete e no dia seguinte era desmentido. Os próprios assassinos deram ‘n’ versões do crime. Até porque ele tinha um ego muito grande, era vaidoso e como sabia que qualquer coisa repercutia na imprensa, ele queria aparecer”.
Do Extra/Globo