Iniciando sua passagem pelo Rio de Janeiro, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou, na quinta-feira (3), do lançamento do Edital Mãe Beata de Iemanjá, ao lado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A cerimônia foi realizada no terreiro Ilê Axé Omiójuarô, em Nova Iguaçu (RJ).
O edital, promovido pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) é voltado ao fortalecimento de terreiros na promoção da justiça ambiental e irá premiar 54 iniciativas, já realizadas ou em andamento, conduzidos por povos e comunidades tradicionais de terreiro ou de matriz africana. As inscrições começaram nesta sexta-feira (4). Serão selecionadas duas ações por unidade da Federação, por meio da regionalização, para promover a democratização do fomento a iniciativas de base territorial e comunitária.
– Esse prêmio é ainda mais relevante em ano de COP30, uma vez que o MIR defende a pauta da participação dos afrodescendentes, povos e comunidades tradicionais e de matriz africana nas negociações sobre clima e meio-ambiente – destacou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A política é uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação José Bonifácio (FJB), com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além disso, integra a programação do Julho das Mulheres Negras, mês em que se celebra o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
Além do lançamento do edital, a ministra visitou as instalações do terreiro e na ocasião foi realizada a Roda de Diálogo: Valorização das Tradições de Matriz Africana e o Papel das Mulheres de Terreiro na Promoção da Justiça Ambiental, espaço que reuniu lideranças religiosas, gestoras públicas e representantes da sociedade civil.
– A gente tem essa ligação com a nossa ancestralidade, tem respeito, entende a preciosidade que foi com todas as dificuldades que nossos ancestrais tiveram para gente ter tido as casas de candomblé, as mães e os pais de santo, nos trazendo reserva das nossas histórias porque isso é que nos dar a possibilidade de entender porque precisamos entender e reafirmar sobre os nossos direitos – afirmou Anielle.
Em seu discurso, Margareth Menezes também ressaltou a importância da reconstrução do Ministério da Cultura e da Fundação Palmares, além da relevância das ações afirmativas voltadas à valorização das culturas afro-brasileira, indígena e cigana.
– A gente não deixa de defender esses direitos, porque a gente tem que entender o Brasil com essa diversidade humana que tem, mas principalmente nessa questão de fazer a reparação necessária, dentro do Ministério da Cultura estamos trabalhando dessa forma – falou.
Janja mencionou o protagonismo feminino na defesa do meio ambiente e na luta climática.
– São as religiões de matriz africana, e especialmente as mulheres, as grandes protetoras do meio ambiente e articuladoras de ações de adaptação às mudanças climáticas – afirmou.
Foi anunciada a concessão da honraria à Mãe Beata de Iemanjá (Beatriz Moreira Costa), que é uma das principais referências do candomblé no país, título concedido pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), como reconhecimento ao seu trabalho na promoção da igualdade e no fortalecimento das políticas aos povos de terreiros. As informações são do Ministério da Cultura.
Do Pleno.News