O último final de semana de junho, 28 e 29, foi marcado por atividades educativas, lazer em meio à natureza e muita alegria no Bosque Rodrigues Alves – Jardim Zoobotânico da Amazônia. A entrada gratuita – como acontece em todo último final de semana do mês – atraiu mais de 3 mil visitantes. A medida integra um pacote de ações da prefeitura de Belém para incentivar o lazer público e a conscientização ambiental. Além da entrada gratuita no Bosque, o transporte coletivo também circula sem cobrança de tarifa aos domingos e feriados, o que facilita o deslocamento de muitas famílias até o cartão-postal. “É um número expressivo que demonstra o quanto a população deseja espaços de lazer e educação acessíveis. Nossa meta é seguir ampliando essas ações”, frisou o administrador do Bosque, Josias Reis.
Uma dessas famílias foi a da dona de casa Isabel Neves, 23 anos, moradora do Distrito Industrial, em Ananindeua, que aproveitou o transporte público gratuito – o chamado “geladão” – para levar o esposo, Victor Oliveira, 24 anos, e a filha, Ana Luísa, de dois anos, para visitar o Bosque pela primeira vez. “Foi a primeira vez que consegui trazer eles aqui. Pegamos o ônibus ‘geladão’ de graça e chegamos rapidinho. Eles ficaram encantados com os animais e ainda pintaram vários desenhos. Foi um domingo diferente, que quero repetir todos os meses”, contou Isabel, emocionada.
O fim de semana também marcou o encerramento da programação especial em homenagem ao meio ambiente, chamada “Junho Verde“, conduzida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). Durante todo o mês, foram realizadas, não apenas no Bosque, mas em diversos espaços de Belém, práticas sustentáveis e de preservação ambiental. As crianças contaram com oficinas de pintura, exposição de sementes nativas da Amazônia e visitas guiadas para observar os animais do Bosque, como o macaco-prego, jaguatirica, jiboia arco-íris, coruja murucututu, araras, entre outras espécies.
Durante a oficina de pintura, as crianças também receberam orientações sobre os cuidados com os pets e a importância de combater os maus-tratos aos animais, além de assistirem a uma peça teatral educativa que reforçou esses valores de forma lúdica.
Clenilson da Silva, 28 anos, morador do Guamá, também aproveitou a gratuidade para passear com a esposa, Ednalva Barbosa, 22 anos, e as filhas, Malu, de três anos, e Melissa, de cinco. “Foi tudo muito organizado. O transporte gratuito já ajuda muito e chegar aqui e ver tudo de graça, com uma programação tão bonita, é um presente. As crianças saem daqui com outra cabeça, aprendendo desde cedo a importância da natureza”, comentou ele, enquanto as filhas se divertiam na área de educação ambiental.
Para a coordenadora de Educação Ambiental da Semma, Ana Célia Souza, esse tipo de iniciativa reforça o papel social e formativo do espaço. “O Bosque é uma ferramenta viva de educação. Aqui, as crianças não apenas se divertem, mas aprendem com o contato direto com a natureza. Durante o Junho Verde, intensificamos nossas ações com oficinas, exposições e atividades interativas, como pintura e teatro, para reforçar o respeito ao meio ambiente e aos animais. A gratuidade no último fim de semana do mês amplia o acesso da população a esse conhecimento. Esse vínculo direto com a Amazônia fortalece a consciência ambiental e o sentimento de pertencimento das futuras gerações”, destacou.
O biólogo do Bosque, Tavison Guimarães, também destacou a importância das ações educativas, especialmente no contato com animais silvestres. “A importância é enorme, porque permite aproximar a população de espécies que ainda geram medo ou desconhecimento, como cobras e aranhas. Muitas vezes esses animais são vítimas de maus-tratos simplesmente por falta de conhecimento. Quando explicamos o papel ecológico de cada espécie, que todos têm função em uma cadeia alimentar e são essenciais para o equilíbrio do ecossistema, as pessoas passam a entender e respeitar mais. Esse trabalho é fundamental com os adultos, mas é ainda mais importante com as crianças, que estão em formação. O contato direto com os animais, aliado à informação correta, forma cidadãos mais conscientes e ecologicamente responsáveis”, observou.
APREENSÕES
A maioria dos animais do Bosque Rodrigues Alves é oriunda de apreensões por tráfico ou cativeiro ilegal, o que reforça a missão educativa e ambiental do espaço. O bosque abriga mais de 150 espécies de árvores e dezenas de animais silvestres.
FUNCIONAMENTO
O espaço funciona de terça a domingo, das 8h às 16h. A entrada custa R$ 2, com direito à meia-entrada e gratuidade para grupos específicos. No último final de semana de cada mês, o acesso é gratuito para todos os visitantes.
Da Agência Belém