Com imagens de arquivo e depoimentos de amigos e familiares, o especial “Tributo”, que vai ao ar nesta sexta-feira, dia 6 de junho, na Globo, celebra a carreira de Francisco Cuoco. Aos 91 anos, o veterano reflete sobre o ofício que escolheu durante o programa: “O ator nunca está completo. Há sempre algo que lhe falta. Ser ator é viver num estado de desamparo permanente, que só cessa no encontro com o outro”, diz.
Fora da TV desde 2023, quando fez uma participação na série “No corre”, Cuoco falou recentemente sobre sua saúde. Atualmente, ele pesa 130 kg, enfrenta dificuldades de locomoção e não consegue mais ficar em pé sozinho. O ator mora atualmente com a irmã de 86 anos em um apartamento na zona sul de São Paulo e depende de cuidadores para atividades cotidianas como se levantar da cama e tomar banho.
Paulistano, filho de um feirante, Cuoco cresceu no bairro do Brás. Sua veia artística despontou na infância, quando se divertia imitando números de circo. E a brincadeira virou profissão: ele integrou o elenco da companhia Teatro dos Sete e, antes de chegar à Globo, atuou nas TVs Tupi e Record. “Cuoco foi o maior astro da televisão brasileira e foi fundamental para estruturar o gosto do brasileiro pela telenovela”, diz o escritor especialista em dramaturgia Mauro Alencar, entrevistado no especial.
Na Globo, Cuoco acumulou papéis de protagonistas que se tornaram icônicos. Além do Carlão de “Pecado capital” (1975), ele estrelou as versões originais de “Selva de pedra” (1972), como Cristiano; e “O Astro” (1977), como Herculano. Seus mais recentes trabalhos em novelas foram em “Segundo sol” (2018) e uma participação em “Salve-se quem puder” (2022). “Ele estava na hora certa, no lugar certo e era o ator certo para os personagens que fez”, diz Elizabeth Savalla, que foi parceira de cena e é amiga do ator.
Do Extra/Globo