França: Sinagogas e memorial do Holocausto são vandalizados

O memorial do Holocausto de Paris, três de suas sinagogas e um restaurante judaico foram pichados com tinta verde na madrugada do sábado (31), um ato denunciado pelo governo francês e que ocorre em meio a tensões entre França e Israel. – Repudio profundamente esses atos de ódio que têm como alvo a comunidade judaica – denunciou em uma mensagem nas redes sociais o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, enquanto publicava uma fotografia do memorial que presta homenagem aos milhares de judeus franceses exterminados na Segunda Guerra Mundial.

Após “denunciar veementemente esses atos de intimidação”, a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, anunciou que a prefeitura denunciará os fatos e explicou que ordenou aos serviços de limpeza que ajam “com urgência” para remover a tinta.

De acordo com a rádio RTL, uma patrulha policial descobriu o vandalismo na madrugada deste sábado. Segundo a reportagem, o circuito de segurança do Memorial registrou, meia hora antes, um indivíduo vestido de preto desfigurando a placa em homenagem aos mortos.

As sinagogas afetadas são Tournelles, Agoudas Hakehilos e Belleville. As duas primeiras ficam no centro e a terceira na parte leste, no 20° distrito. O restaurante vandalizado é o “Chez Marianne”, frequentado pela comunidade judaica.

Até o momento, não houve reivindicação de responsabilidade pela pichação, que chamou a atenção pelo uso da cor verde, que — coincidentemente ou não — é a mesma cor da bandeira do grupo terrorista Hamas, autor dos ataques de 7 de outubro de 2023 em Israel. O vandalismo se concentrou no bairro de Marais, lar da comunidade judaica mais enraizada de Paris.

Esta não é a primeira vez que o monumento em homenagem às vítimas do extermínio nazista é vandalizado. Em maio de 2024, mãos vermelhas foram pintadas no Muro dos Justos, um incidente que levou à prisão de três búlgaros e foi investigado pelas autoridades francesas como interferência russa.

Desde 7 de outubro de 2023, a França tem sido palco de vários episódios tensos decorrentes da guerra na Faixa de Gaza. A França possui a maior comunidade judaica da Europa e também a maior comunidade muçulmana.

Além disso, esses atos ocorrem em um momento em que Israel censura publicamente o presidente da França, Emmanuel Macron, por suas críticas ao governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pela escalada do conflito em Gaza. Nesse contexto, Macron indicou que seu país poderia eventualmente reconhecer a Palestina como um Estado.

Do Pleno.News com agência EFE