Exclusivo – Encontro Norte/Nordeste debate Estudos Estratégicos e Inovação na Paraíba

Mais de 30 instituições civis e militares estiveram reunidas na Universidade Federal da Paraíba no V Encontro da Rede Nordeste de Estudos Estratégicos e Inovação. O evento foi aberto pelo General de Exército Maurílio Miranda Neto Ribeiro, Comandante Militar do Nordeste, que enfatizou os enormes desafios da defesa nacional no cenário internacional, reforçando a necessidade de integração interinstitucional para proteger a soberania brasileira.

Capacidade técnica e operacional do Comando Militar do Nordeste

O General Ribeiro destacou o papel do Comando Militar do Nordeste (CMNE), que abrange os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, com um total de 78 organizações militares e 51 Tiros de Guerra. São mais de 25 mil homens e mulheres em regime de disponibilidade permanente, treinados para atuar tanto na defesa da pátria quanto em situações de apoio à sociedade civil.

O comandante destacou ainda o investimento crescente em capacitação técnica, com ênfase nas capacidades QBRN (química, biológica, radiológica e nuclear). Um  exemplo concreto foi a atuação recente dessas tropas na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e a preparação para a COP30, que ocorrerá em Belém. Segundo Ribeiro, esses são exemplos do preparo do Exército para enfrentar ameaças contemporâneas complexas.

Integração cívico-militar e o papel da sociedade

Outro ponto central do discurso é quanto a necessidade de cooperação entre os diversos setores da sociedade. O General Ribeiro ressaltou que as ameaças à Soberania Nacional são de tal magnitude que não podem ser enfrentadas apenas pelas Forças Armadas. “Quanto mais interagirmos, mais próximos estaremos das soluções”, afirmou.

A presença de mais de 30 instituições — entre universidades, secretarias estaduais, órgãos de segurança pública, setor empresarial e poderes constituídos — ilustra esse esforço de construção coletiva de pensamento estratégico. A Rede Nordeste de Estudos Estratégicos surge como um fórum privilegiado para essa integração, estimulando debates e estudos que ultrapassam os muros dos quartéis.

A defesa nacional como missão de todos

O general fez questão de lembrar que a defesa nacional é uma missão de Estado e não apenas das Forças Armadas. Diante de um mundo hiperconectado, com ameaças cibernéticas, terrorismo biológico e instabilidade geopolítica, o Brasil precisa investir em setores estratégicos, como cibernético, nuclear e espacial, conforme previsto na Política e na Estratégia Nacional de Defesa.

Segundo Ribeiro, o comandante do Exército já estabeleceu diretrizes claras para ampliar a atuação no setor cibernético entre 2023 e 2026, alinhado com os documentos estratégicos do País. O evento, ao  centralizar o tema da defesa cibernética, cumpre um papel fundamental ao conectar os esforços acadêmicos, técnicos e institucionais rumo a um Brasil mais seguro e preparado.

*HUGO JUNIOR, da Sucursal Nordeste do Jornal PASSAPORTE em Campina Grande/PB