Em Sessão Solene, a Câmara Municipal de Campina Grande, no Estado da Paraíba, homenageou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, pela passagem dos seis 50 anos de fundação da entifdade. Um Jubileu de Ouro que marca a sua presença nos rincões da Paraíba, em especial, o Municpio de Campina Grande, onde se destaca a Embrapa Algodão, fincada nas terras da Rainha da Borborema.
A Sessão Especial do Legislativo Municipal foi uma Propositura do Vereador Olímpio Oliveira, que destacou a importância da Instituição para Campina Grande, Paraíba e Brasil.
Nas últimas cinco décadas, a produção de algodão no Brasil passou por grandes avanços e a Embrapa Algodão teve um papel fundamental nesse desenvolvimento, deixando um legado importante para a cotonicultura nacional. Hoje, o Brasil assumiu a liderança mundial na exportação de fibra de algodão e se destaca entre os maiores produtores globais graças ao investimento em ciência, tecnologia e inovação, aliado ao empreendedorismo dos cotonicultores brasileiros.
“Com pesquisas de ponta, desenvolvemos variedades mais resistentes, produtivas e adaptadas ao clima e ao solo das mais diferentes regiões do Brasil. Melhoramos os sistemas de produção promovendo a integração e rotação de culturas e o uso eficiente dos solos e dos recursos hídricos. Elevamos a qualidade das fibras e descobrimos novas cores naturais para o algodão, incentivamos o cultivo orgânico e agroecológico das diferentes culturas. Desenvolvemos máquinas e implementos agrícolas, aumentando a produtividade e garantindo mais renda e qualidade de vida ao produtor”, destacou o chefe-geral interino da Embrapa Algodão Daniel Ferreira.
Com o declínio da cotonicultura no Nordeste a partir de 1985, em decorrência da infestação das lavouras de algodão pelo bicudo do algodoeiro, além de fatores socioeconômicos, a Embrapa Algodão desenvolveu novas cultivares e sistemas de produção adaptados às condições do Cerrado, nova fronteira agrícola com disponibilidade de grandes áreas planas e favoráveis à mecanização. O trabalho de melhoramento genético para obtenção de mais produtividade, qualidade de fibra, resistência a pragas e doenças, associado a melhores práticas de manejo e beneficiamento foram fundamentais para a consolidação da cotonicultura naquele bioma.
Segundo informa a Assessora de Comunicação do Órgão em Campina Grande, Edna Santos, a atuação da Unidade vai além do algodão. Seu portfólio de pesquisas inclui ainda culturas como amendoim, gergelim, mamona e sisal, contribuindo para a produção de alimentos, fibras e energia. A Unidade desenvolve pesquisas e inovações nas áreas de melhoramento genético, controle biológico, biotecnologia, mecanização agrícola, qualidade de fibras de algodão, sanidade vegetal, sistemas de produção, e busca ainda fomentar a transferência do conhecimento para sistemas de produção integrados.
A Embrapa Algodão atua em todo território nacional, com maior protagonismo no Semiárido, no Cerrado e na região Sudeste. Para garantir ampla atuação junto ao setor produtivo, a Embrapa Algodão está presente em 11 estados brasileiros, em parceria com outras Unidades da Embrapa e outras instituições. Além da Paraíba, a equipe da Unidade atua nos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
Outra cultura que vem despertando o interesse dos produtores é o gergelim, que ganhou espaço como cultivo de segunda safra, em rotação e ou sucessão de culturas, principalmente com a soja. A produção de gergelim no Brasil cresceu mais de 100% na última safra, em comparação com a safra anterior. Nos últimos cinco anos, essa produção foi ainda mais expressiva chegando a cerca de nove vezes mais grãos produzidos. Com a abertura de novos mercados, as exportações do produto saltaram de US$ 79 milhões em 2021 para US$ 245 milhões até outubro de 2024, representando um crescimento de 210%. O recente acordo de exportação com a China deve impulsionar ainda mais a produção.
O programa de melhoramento genético do gergelim coordenado pela Embrapa já disponibilizou oito cultivares, sendo as mais recentes a BRS Seda, BRS Anahí e BRS Morena, que ocupam hoje cerca de 20% da área cultivada com gergelim no País. Além disso, a Embrapa, em parceria com o setor produtivo e diversas instituições, está aprimorando o sistema de cultivo para às condições do Cerrado, onde o gergelim vem sendo conduzido em grande escala.
Pesquisas para a mamona visam ao desenvolvimento de sistemas de produção para regiões tradicionais de cultivo na região Semiárida e regiões de expansão do Cerrado por meio da disponibilização de cultivares com alta produtividade de óleo, resistência a doenças e precocidade, aproveitamento de coprodutos da extração do óleo, bem como adaptação do sistema à colheita mecanizada.
Já a pesquisa com sisal tem buscado desenvolver meios para garantir maior competitividade e sustentabilidade dos sistemas produtivos no Semiárido, por meio de arranjos produtivos, estudos para aplicação bioindustrial, e mais recentemente, para a produção de etanol, para o fortalecimento da agricultura de baixo carbono na região.
Para o futuro, a Embrapa Algodão busca novas formas de produzir com maior eficiência e menor impacto ambiental. “Seguimos explorando novas formas de produzir, sempre atentos à valorização das cadeias produtivas, às mudanças climáticas e às novas tendências de consumo”, afirma o chefe-geral interino Daniel Ferreira. “Nossas pesquisas também buscam cada vez mais digitalizar a agricultura, desenvolvendo métodos de detecção rápida de pragas, doenças e componentes químicos nas fibras e nos grãos”.
Hugo Junior, Daniel Ferreira, da Embrapa, e o vereador Olímpio Oliveira
De Campina Grande, Sucursal Nordeste- Hugo Junior