Governo do Japão anuncia vencedores da 5ª Edição do Prêmio Hideyo Noguchi Africa

O Governo do Japão anunciou os agraciados da 5ª. Edição do Prêmio Hideyo Noguchi África conforme a seguir:

Categoria Pesquisa Médica:

Dr. Abdoulaye Djimdé (República do Mali)

Diretor do Centro de Pesquisa e Treinamento sobre Malária, Universidade de Ciência, Técnicas e Tecnologias de Bamako (MRTC).

Em reconhecimento às suas contribuições no controle e tratamento da malária, no auxílio à formação de jovens pesquisadores nos países africanos, e pelo estabelecimento de uma rede de colaboração de pesquisa sobre malária no continente africano.

 

Categoria Serviços Médicos:

Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) (Sede na Suíça)

Em reconhecimento à iniciativa de fornecimento e desenvolvimento de medicamentos e métodos de tratamento de doenças negligenciadas, em especial a doença do sono.

O comitê de seleção do Prêmio Hideyo Noguchi Africa – HNAP (Presidente: Dr. Osamu Kunii (CEO do Fundo Tecnologia Inovativa para a Saúde Global – GHIT Fund)) selecionou os candidatos finais entre indivíduos ou organizações sugeridos pelos dois subcomitês (Categoria Pesquisa Médica e Categoria Serviços Médicos), e o Primeiro-Ministro realizou a seleção final dos agraciados com base na recomendação do HNAP. (Anexo: Resumo das realizações e currículo dos agraciados)

  1. O prêmio tem como objetivo fazer o reconhecimento de indivíduos ou organizações que se destacam por suas realizações notáveis no campo da pesquisa médica e em serviços médicos destinados a combater as doenças infecciosas e outras doenças na África o que contribui para a saúde e o bem-estar da população africana e de toda a humanidade. (Decisão ministerial de 28 de julho de 2006)
  2. A cerimônia de premiação da 5ª. Edição do Prêmio Hideyo Noguchi África organizada pelo Primeiro-Ministro do Japão ocorrerá na ocasião da Nona Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento Africano (TICAD 9) a ser realizado em agosto de 2025. O Prêmio Hideyo Noguchi África inclui uma menção honrosa, uma medalha e um honorário para cada categoria. O honorário é pago através de um fundo governamental e de outros fundos privados oriundos de doações nacionais e internacionais. (A cerimônia de premiação da 4ª. Edição do Prêmio Hideyo Noguchi África foi realizada na Tunísia, na África, em 28 de agosto de 2022 por ocasião da realização do TICAD 8)

 

HISTÓRICO

O Governo do Japão decidiu conceder o Prêmio Hideyo Noguchi África (5ª. Edição) para o Dr. Abdoulaye Djimdé (República do Mali) na categoria Pesquisa Médica, e para a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) na categoria Serviços Médicos.

 

Categoria Pesquisa Médica:

Dr. Abdoulaye Djimdé (República do Mali)

 

Nasceu na República do Mali em 1964. 61 anos. Pesquisador especializado em parasitologia molecular. Obteve o título de doutor em farmácia na Escola Nacional de Medicina e Farmácia de Bamako, República do Mali, e o título de doutor em filosofia na Universidade de Maryland, Estados Unidos da América. Atual diretor do Centro de Pesquisa e Treinamento sobre Malária, Universidade de Ciência, Técnicas e Tecnologias de Bamako (MRTC).

 

REALIZAÇÕES

Através de estudo de campo em áreas endêmicas de malária na República do Mali, Dr. Djimdé e seus colaboradores demonstraram que nas cepas de laboratório o gene do Plasmodium falciparum, que lhe confere a resistência à cloroquina, era responsável pela resistência à cloroquina nos pacientes com malária. Outra realização do Dr. Djimdé é o sucesso na produção de marcadores moleculares que são capazes de confirmar a resistência à cloroquina em estudos de campo. Ele também comprovou a segurança e a eficácia dos medicamentos antimalária através dos estudos clínicos com combinações de medicamentos à base de artemisinina. Posteriormente, o Dr. Djimdé estabeleceu a Rede de Diversidade Genômica dos Patógenos da África que é uma rede de apoio para pesquisa conjunta para o controle da malária em 12 países (atualmente 16 países) da África. Estabeleceu também uma estrutura de compartilhamento de protocolos de experimentos e de dados genéticos. Como diretor do MRTC contribuiu expressivamente no processo de capacitação de novos cientistas do centro e desenvolveu inúmeras atividades de pesquisa em colaboração com outras instituições internacionais de pesquisa. Apesar das condições desfavoráveis, conseguiu transformar o centro em um hub central de uma rede internacional de pesquisa sobre a malária.

 

Categoria Serviços Médicos:

Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi)

 

A Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) foi fundada em 2003 como uma organização não-governamental que desenvolve medicamentos e tratamentos seguros, efetivos e acessíveis para pessoas acometidas com doenças negligenciadas.

 

REALIZAÇÕES

Existem vinte e uma “Doenças Tropicais Negligenciadas” que afetam e infringem mais de um bilhão de pessoas no mundo, mas os medicamentos que poderiam tratar essas pessoas de forma segura, eficaz e acessível não são desenvolvidos e produzidos devido a falhas de mercado. Com o objetivo de solucionar esse grande desafio, com humanidade e bravura, a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) foi fundada em 2003 com o uso de parte da premiação do Prêmio Nobel da Paz recebida pela organização Médico Sem Fronteiras.

Desde a sua fundação, a DNDi em conjunto com outros parceiros internacionais vem desenvolvendo e fornecendo 13 métodos de tratamento acessíveis contra 6 doenças fatais que incluem a doença do sono, a leishmaniose visceral, o HIV pediátrico e a malária o que impactou expressivamente na melhoria da saúde mundial e principalmente nos países de renda baixa a média. Um exemplo é o fexinidazol que é o primeiro medicamento usado como tratamento oral para tratar a doença do sono (tripanossomíase africana) causada pela espécie Trypanosoma brucei gambiense que é endêmica na África Subsaariana. Este medicamento foi desenvolvido pela DNDi junto com os seus parceiros e trouxe resultados expressivos no controle dessa doença.

Além disso, a DNDi tem obtido resultados significativos das inúmeras pesquisas e estudos clínicos realizados em áreas remotas através da rede de informações “HAT Platform” onde há a participação de pesquisadores e institutos de pesquisa de países com doenças endêmicas da África.

Fotos: Divulgação