Depois de tentar garantir a sua participação no conclave que decidirá quem será o próximo Papa, o cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu desistiu de votar no processo que terá início no dia 7 de maio. Condenado por peculato, quando um funcionário se apropria ou desvia bens, ele perdeu seus direitos como cardeal em 2020 e já havia sido proibido pelo Papa Francisco de participar do próximo conclave.
“Tendo em mente o bem da Igreja, que servi e continuarei a servir com fidelidade e amor, bem como contribuir à comunhão e à serenidade do conclave, decidi obedecer, como sempre fiz, à vontade do Papa Francisco de não entrar em conclave, permanecendo convencido de minha inocência”, disse ele, em declaração pública.
Quem é o cardeal condenado pelo Vaticano?
Giovanni se envolveu em um escândalo relacionado aos fundos do Óbulo de São Pedro — sistema de arrecadação de doações da Igreja que também é usado para obras de caridade — que teriam sido usados para a compra de um edifício em Londres.
Na ocasião, ele atuava como chefe de gabinete do Papa e a aquisição do imóvel envolveu 200 milhões de dólares para a Igreja. Ele também foi acusado de desviar recursos da diocese de Sardenha, sua cidade natal, na Itália. Com 76 anos, o seu nome já chegou a ser especulado como possível novo Pontífice e teve bastante poder dentro da Igreja.
Em 2023, o Tribunal do Vaticano condenou Giovanni Angelo Becciu a cinco anos e seis meses de prisão e a inabilitação perpétua para cargos públicos. Os crimes enquadrados foram peculato e abuso de poder. Ainda em liberdade, o cardeal recorreu da sentença.
Do Extra/Globo