Astronautas “presos”: após mais de nove meses no Espaço, dupla está a caminho da Terra

Após mais de nove meses “presos” no Espaço, a dupla de astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore, da NASA, deixaram a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) rumo à Terra. Na madrugada da terça-feira (18), Williams e Wilmore “pegaram carona” com os membros da missão Crew-9Nick Hague, da NASA, e Aleksandr Gorbunov, da Roscosmos.

Após cerca de duas horas de preparação, a Dragon Endurance (que já foi usada anteriormente nas missões Crew-3, Crew-5 e Crew-7) foi desacoplada da ISS e partiu às 2h05 (horário de Brasília), com o quarteto de astronautas, de volta à Terra.

Após cerca de 17 horas de viagem, a cápsula deve pousar no mar, na costa da Flórida (EUA), por volta das 18h57 (horário de Brasília). O Olhar Digital vai transmitir tudo ao vivo: nossa live começa às 17h45 (horário de Brasília) desta terça-feira (18). Você pode acompanhar neste link, na home de nosso site, ou na janela abaixo.

Para que os astronautas “presos” no Espaço pudessem ser resgatados, a agência espacial estadunidense, em parceria com a SpaceX, enviou, à ISS, a missão Crew-10, com Anne McClain e Nichole Ayers, da NASATakuya Onishi, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA, na sigla em inglês) e o cosmonauta russo Kirill Peskov, da Roscosmos, a bordo da Dragon Endurance, enviada ao Espaço por um foguete Falcon 9.

A nova equipe de astronautas foi enviada ao laboratório orbital na sexta-feira (14), às 20h03 (horário de Brasília)após dois adiamentos. Saiba mais sobre o time aqui e entenda aqui o que a missão Crew-10 vai fazer na ISS.

Williams e Wilmore partiram para a ISS em junho de 2024, no primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing, para missão de oito dias – que durou mais de nove meses.

Mas, por que tanta demora? O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a acusar o governo anterior de deixar os astronautas “abandonados” na ISS – o que foi desmentido pela dupla.

Acontece que há um calendário e um trânsito a se cumprir no laboratório orbital. Todas as tripulações que vão para lá sabem que a previsão de volta pode não se cumprir dentro do prazo estabelecido (e tudo é meticulosamente calculado).

As equipes normalmente voltam para a Terra no mesmo veículo que as conduziram, que fica atracado na estação durante todo o percurso da missão. Como a espaçonave Starliner apresentou problemas graves e precisou regressar vazia ao planeta, seus tripulantes tiveram que aguardar a oportunidade mais adequada de retorno.

E não foi a primeira vez que isso aconteceu. É comum que astronautas excedam (e muito) o tempo de permanência previsto na ISS. Normalmente, as missões duram cerca de seis meses, mas podem ser estendidas por vários motivos, como experimentos ou imprevistos.

No caso de Williams e Wilmore, eles passaram 286 dias em órbita. O astronauta Frank Rubio, dos EUA, junto com os russos Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin, permaneceram 371 dias consecutivos no Espaço entre 2022 e 2023.

Isso porque um incidente danificou a espaçonave russa Soyuz que os traria de volta à Terra, motivo pelo qual a estadia do trio no laboratório orbital foi prorrogada por mais seis meses, até a chegada de uma cápsula de substituição.

Embora garantam que não se sentiam “presos”, vale uma observação curiosa: a cápsula Dragon da missão Crew-9 onde Williams e Wilmore embarcaram de volta para a Terra se chama Freedom – “Liberdade”, em inglês.

Do Portal Olhar Digital