Mas os locais que essa radiação pode atingir e a origem dela ainda surpreende os cientistas.
Poeira radioativa do Saara vem de origem surpreendente
Apesar dos testes conhecidos feitos pela França no deserto durante a década de 60, a poeira radioativa que atingiu a Europa carrega radiação de testes feitos pelos Estados Unidos e pela União Soviética.
“Isso ocorre porque o poder de detonação dos testes franceses é de apenas 0,02 por cento do poder total de detonação da URSS e dos EUA entre 1950 e 1970. Muitos dos testes de armas nucleares da URSS e dos EUA foram realizados na mesma latitude do sul da Argélia, e os destroços desses testes podem atingir 8.000 metros de altura e ser dispersos pelo vento muito rapidamente em nível global”, disse Yangjunjie Xu-Yang , principal autor do estudo do Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente na França, à IFLScience.
Os pesquisadores perceberam que os níveis de plutônio não correspondiam às baixas razões isotópicas (abaixo de 0,07) dos testes nucleares da França. Mas, na verdade, estavam estimados em 0,187, o que combina com as assinaturas de testes dos EUA e da União Soviética.
Mas ainda que pareça preocupante, a quantidade de radiação presente nessa poeira é insignificante, bem abaixo dos limites estabelecidos pela União Europeia e não apresenta riscos para o ser humano. “Com base em minhas descobertas, o risco é insignificante”, acrescentou Xu-Yang.