Com uma área duas vezes maior do que a cidade de São Paulo, o maior iceberg do mundo tem sido motivo de preocupação para os cientistas. Isso porque o A23a entrou em rota de colisão com uma remota ilha britânica.
Segundo análises de pesquisadores, o enorme bloco de gelo está a menos de 300 km da Géorgia do Sul, um reduto de vida selvagem. Uma eventual colisão ameaçaria a vida de dezenas de pinguins e focas que habitam a região.
Milhões de animais podem ficar sem comida
Nos últimos anos, vários animais morreram na enseada da ilha em função da aproximação de blocos de gelo.
Os cientistas explicam que estas estruturas impedem que algumas espécies se alimentem.
Um dos casos mais famosos foi o do A38, cujos fragmentos vedaram o acesso de criaturas a áreas com comida, e vários filhotes morreram de inanição.
O receio é que o A23a encalhe na região e se despedace, gerando um efeito semelhante.
Neste caso, pelas dimensões do iceberg, milhões de focas, pinguins e aves marinhas poderiam morrer.
Ilha é um reduto de vida selvagem, sendo habitado por milhares de pinguins e outros animais
A trajetória do A23a é monitorada via imagens de satélites. O bloco de gelo se desprendeu da Plataforma Filchner em agosto de 1986, mas ficou encalhado na costa. Devido à sua profundidade, a base ficou presa no fundo do Mar de Weddell, onde permaneceu imóvel.
Em 2020, no entanto, o bloco começou a se deslocar para o norte. Ele ficou girando no mesmo ponto, ao ser capturado por um vórtice de água próximo às Ilhas Órcades do Sul, desde a primavera deste ano. Mas em dezembro do ano passado, o British Antarctic Survey (BAS) alertou que o iceberg passou a avançar em direção ao norte.
O maior iceberg do mundo, A23a
Agora, o A23a tem encontrado águas mais quentes, que têm derretido parte de sua estrutura. O maior iceberg do mundo já mediu 3.900 km², mas hoje tem cerca de 3.500 km², segundo as mais recentes imagens de satélite.
Fonte Olhar Digital
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