Com histeria de falsos avistamentos de drones, pilotos reclamam de surto de lasers contra aviões

A recente onda de notícias falsas sobre avistamento de drones e OVNIs, especialmente no estado de Nova Jersey (nos EUA), tem causado um outro problema além da desinformação.

Desde o início de dezembro, uma série de supostos avistamentos de drones em Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware e na capital Washington D.C. começaram a ser relatados nas mídias sociais, principalmente no Twitter.

Na maioria das vezes os supostos drones ou objetos voadores eram aviões civis, e por desconhecimento (e também por más intenções), pessoas colocaram que as luzes nos céus eram algo de estranho ou errado, se baseando exclusivamente na informação da plataforma FlightRadar24, que não capta todos os aviões no espaço aéreo.

O surto continua até hoje e já se confunde entre memes, montagens utilizando inteligência artificial, além de vídeos antigos ou editados. Uma das teorias da conspiração era de que o Irã possuía um porta-aviões que estava lançando os drones a partir do norte do Oceano Atlântico, apesar da marinha iraniana não ser capaz de operar fora dos Golfos Pérsico e de Omã.

Por outro lado, muitas pessoas começaram a observar mais os céus e, quando suspeitaram do objeto luminoso ser um OVNI ou um drone, utilizaram laser para atacá-los ou tentar afastá-los.

Porém, por serem aviões de fato, o apontamento de lasers torna-se um perigo, podendo causar cegueira temporária nos pilotos e, por este motivo, é um crime federal com pena de até 5 anos de prisão, além de multa de até US$ 250 mil dólares. Além disso, a Administração Federal de Aviação Civil dos EUA (FAA) pode multar a pessoa entre US$ 11 mil e US$ 30 mil dólares.

Segundo dados recentes da FAA, os relatos de avistamento de lasers por pilotos cresceram mais de 300% nas últimas semanas, e a agência tem alertado para que os criminosos não façam este tipo de ação, já que poderão ser identificados, presos e processados. Também existem relatos, não confirmados, de que pessoas estariam atirando contra aviões em Nova Jersey, que enquadraria em crimes com penas de até 20 anos de prisão.

Por
Carlos Martin/Aeroin
Imagem: FAA