Alergias, vírus e bactérias são as principais causas da rinite, a inflamação das mucosas nasais
Nariz congestionado, coriza, um espirro atrás do outro, coceira nas narinas, nos olhos e na boca. Esses são os principais sintomas da rinite, uma inflamação das mucosas nasais provocada principalmente por alergias ou por infecções virais e bacterianas.
A rinite é uma doença bastante prevalente, que, segundo estimativas internacionais, atinge cerca de 30% da população mundial. A condição também é frequentemente confundida com outras doenças que afetam as vias aéreas superiores, como a gripe, a Covid-19 e a sinusite.
“Por isso, é importante ir ao médico para receber o diagnóstico correto e seguir com o tratamento adequado para o quadro”, recomenda Maria Elisa Bertocco, alergista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo.
As narinas, região acometida pela rinite, são a porta de entrada para o ar que respiramos e possuem a mucosa e os pelos adaptados para filtrar o que chega aos pulmões. Por isso, mantê-las saudáveis é importante para todo o nosso corpo.
A seguir, conheça as principais causas e formas de tratamento para rinite.
Sintomas e causas de rinite
A rinite pode ser classificada em diferentes tipos a partir dos agentes que a causam. “Entre as causas infecciosas, a mais comum é a rinite viral, que pode ser desencadeada por vários vírus, mas está mais relacionada ao rinovírus [causador de resfriados] e aos influenza [que provocam gripe]“, elenca Bertocco.
A presença desses microrganismos também permite que bactérias se proliferem, deflagrando uma rinite bacteriana. Enquanto os quadros virais são marcados por febre baixa e muco claro, os bacterianos costumam gerar febres mais altas e secreções espessas, amareladas ou esverdeadas.
“Outra causa muito comum de rinite são as alergias. Poeira, ácaros, pólen, perfumes são os principais alérgenos causadores dessa inflamação”, lista a imunologista.
A saúde nasal também pode ser afetada por outros fatores, como o contato com a poluição atmosférica, o clima seco e o uso prolongado e indevido de medicamentos tópicos.
Tipos de rinite
Rinite viral ou bacteriana: provocada por micro-organismos, como explicado acima.
Rinite alérgica: resposta exagerada o corpo ao contato com agentes irritantes como os citados pela médica.
Rinite vasomotora: decorrente da dilatação dos vasos sanguíneos da mucosa nasal, que provoca obstrução nasal e estimula a produção de secreção.
Rinoconjuntivite: quando, independente da causa, a inflamação também afeta os olhos. “As mucosas estão todas conectadas e a irritação pode se espalhar para as regiões próximas”, explica a médica.
Além disso, também classifica-se a rinite de acordo com a duração dos sintomas. Em geral, quadros de rinite aguda duram de sete a dez dias. Caso a irritação persista por três meses ou mais, a inflamação é considerada uma rinite crônica.
Diagnóstico da rinite
O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja, com base no histórico e nos sintomas apresentados na consulta, mediante avaliação física feita pelo médico.
Exames complementares podem ser solicitados para identificar os alérgenos que causam o quadro (como o teste de puntura e o de anticorpos IgE específicos) ou descartar a infecção por vírus e bactérias causadores de outras condições (como o Sars-CoV-2, da Covid-19).
Exames de imagem, como tomografias, podem ser solicitados caso haja suspeita de de inflamação nos seios da face (a chamada sinusite).
Qual é a diferença entre rinite e sinusite?
Enquanto a rinite é marcada pela inflamação das mucosas nasais, responsáveis por captar e filtrar o ar que respiramos, a sinusite é caracterizada pela inflamação da mucosas dos seios da face, cavidades ósseas que ficam entre o nariz, os olhos e as maças do rosto.
As duas condições se diferenciam também em seus sintomas: a sinusite costuma vir acompanhada de dores de cabeça e pressão facial localizadas principalmente entre os olhos e na testa, tosse com catarro e muco nasal excessivo.
A inflamação nos seios da face também tem potencial para provocar incômodos no maxilar e nos dentes, a depender da extensão da infecção — que pode ser bacteriana, viral ou, mais raramente, fúngica. Alergias são consideradas fatores desencadeadores de crises de sinusite.
Tratamento para rinite
O tratamento irá variar de acordo com a causa do quadro. Rinites virais são tratadas conforme a apresentação dos sintomas, com recomendação de antitérmicos e lavagem nasal com solução salina, por exemplo. Já os casos bacterianos precisam também do uso de antibiótico.
Os sprays nasais de corticoides podem fazer parte do tratamento de casos crônicos. Neste mês, alguns medicamentos para rinite, como dipropionato de beclometasona e budesonida, passaram a ser distribuídos gratuitamente pelo Programa Farmácia Popular Brasileira (PFPB).
Em quadros alérgicos, os anti-histamínicos são a primeira linha de tratamento. “É necessário evitar contato com os agentes irritantes e, em alguns casos, recomenda-se o uso de imunoterapias de dessensibilização, que são injeções com uma pequena quantidade de alérgeno que ajudam o nosso organismo a tolerá-lo”, explica Bertocco.
Para evitar complicações, a médica recomenda o uso de máscara para evitar infecções que possam piorar o quadro.
Fonte Saúde.Abril
Por Larissa Beani