Entre os dias 7 e 13 de julho será realizada em Belém a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o maior do gênero na América Latina. A Fundação Amazônia de Apoio a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que fomenta a pesquisa científica no Pará, apresentará ao público projetos e eventos científicos que desenvolve com investimentos do governo do Estado.
A Reunião vai ocorrer na Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus do Guamá, com diversas atividades, incluindo conferências, mesas-redondas, painéis, minicursos presenciais e virtuais, sessão de pôsteres e atividades culturais e exposições. A programação é aberta ao público em geral.
A última vez que Belém sediou o evento foi há 16 anos, quando as atividades foram realizadas no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Neste ano, a programação será concentrada no campus da UFPA, às margens do Rio Guamá.
Expectativas - Para a equipe técnica da Fapespa, o evento será “uma grande vitrine da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I)”. A Reunião da SBPC é considerada um espaço privilegiado na agenda científica do Brasil e da América Latina. Diante dessa magnitude, a Diretoria Científica da instituição já está reunindo as ações e resultados obtidos desde 2019, para traduzi-los em números, estatísticas, avanços e investimentos em áreas estratégicas no Pará.
São Iniciativas que fortalecem as pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, além das ofertas de bolsas de estudo para iniciação científica e formação de mestres, doutores e pós-doutores, inclusive fora do Brasil. Trabalho que vem sendo executado em sintonia com as políticas setoriais do Estado, a exemplo do fomento à bioeconomia, do Plano Estadual da Recuperação da Vegetação Nativa e demais ações executadas por editais, projetos e parcerias nacionais e internacionais.
“Estamos trabalhando para a definição dos projetos e estruturação dessas ações. Nossas expectativas são as melhores possíveis para esse momento que a Reunião retorna à Amazônia, e ao Estado, com a oportunidade de mostrarmos o desenvolvimento científico, tecnológico e inovação que o Estado tem feito até aqui”, informa o diretor Científico da Fapespa, Deyvison Medrado.
Esse acervo científico será apresentado no estande da Fapespa uma das instituições fomentadoras da 76ª Reunião Anual da SBPC. A Fundação terá ainda duas programações: uma sobre as ações de internacionalização com parceiros da União Europeia (UE) e outra sobre a Iniciativa Amazônia +10, direcionados ao Programa “Desafios da Amazônia”.
Sustentabilidade e inclusão – Um ligeiro olhar para a escolha do tema central da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, nos remete às necessárias reflexões do atual cenário sobre o meio ambiente e as urgentes ações que desafiam a “Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”, e nos remetem a discutir e investir, cada vez mais, em uma ciência em busca de soluções com sustentabilidade e um pacto com a sociedade.
O presidente da Fapespa, Marcel Botelho, destaca os incentivos do Governo do Pará à pesquisa, ao desenvolvimento de novas tecnologias, à inovação e à busca de nova matriz econômica, por meio da bioeconomia.
“E é com esse novo cenário que a Fapespa estará presente na programação oficial desse evento marcante na ciência do País. Não só apresentando as suas pesquisas, que são financiadas pelo governo do Estado, por meio da Fundação, mas também fomentando a própria SBPC, já que a Fapespa é uma das principais apoiadoras. Apresentaremos grandes novidades nessa semana do evento para a população científica e acadêmica do Estado, e aos visitantes do encontro”, adianta Marcel Botelho.
Popularizar a ciência – A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência foi fundada em 8 de julho de 1948 por um grupo de cientistas, reunidos no auditório da Associação Paulista de Medicina, após a II Guerra Mundial, um cenário que tornava urgente incentivar a ciência para promover o desenvolvimento social e econômico.
O advogado e professor Jorge Americano foi o primeiro presidente da SBPC. Entre os fundadores estão Mauricio Rocha e Silva, Paulo Sawaya, José Reis, Gastão Rosenfeld, José Ribeiro do Vale e F. J. Maffei. Ao longo das décadas seguintes, a SBPC vem desempenhando um papel importante no desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNC&T), além de contribuir para a divulgação e popularização da Ciência no Brasil.
Visionários – Jorge Americano desempenhou importante papel na criação da organização sem fins lucrativos, que visa “promover o desenvolvimento científico, tecnológico, educacional e cultural no Brasil”. Cerca de 60 cientistas, além dos pioneiros, participaram da criação da SBPC. Desde então, as reuniões anuais mobilizam cientistas, pesquisadores, professores e estudantes de todo o País.
Jorge Americano (1891-1969) foi bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), docente, advogado, promotor público, deputado estadual em São Paulo e deputado federal na Assembleia Nacional Constituinte em 1933. Em 1945, ocupou, interinamente, o cargo de secretário de Educação da cidade de São Paulo. Também se destacou como jurista internacional e memorialista da cidade de São Paulo.
Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará