Quem pensou que o esquema milionário de extração ilegal de manganês no Pará, liderado pelo empresário Jamil Silva Amorim foi desmontado pela Policia Federal e pela Polícia Civil do Estado se enganou. O empresário encontrou novas rotas de trafego, retornou ao tabuleiro seus velhos parceiros e segue emitindo Notas Fiscais frias, movimentando o círculo do manganês extraído sem autorização de algum ponto no município de Marabá, no sudeste paraense.
Por meio da operação Dólos, realizada a 5/6 passado, a PF fez a apreensão de aproximadamente 23 mil toneladas de manganês ilegal, avaliadas em quase R$ 30 milhões, num porto particular na região do Itaquí/MA. A Polícia Civil do Estado, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (DEMAPA), deflagrou no dia 5/06, a Operação Capistrano e apreendeu aproximadamente 5.544 toneladas, que estavam armazenadas ilegalmente em um galpão de responsabilidade da empresa Norte Logística, no município de Barcarena, região metropolitana de Belém.
Já no dia 08/06 passado, a PF apreendeu aproximadamente 30 mil toneladas de minério ilegal de manganês em um porto clandestino em Barcarena, o que se repetiu no dia 10/06. Dessa vez, foi a Marinha do Brasil que apreendeu comboios de balsas carregadas com manganês, fato registrado no rio Matapi, próximo do Porto de Santana, a 17 km de Macapá, deixando a cargo da PF a condução dos trabalhos, não sendo divulgada a origem e destino da carga.
Jamil Silva Amorim já se tornou um perigo para o meio ambiente e convívio social. A cada operação, o empresário age como camaleão e se utiliza de seus pares para seguir na engenhosa e astuciosa empreitada criminosa.
DO NOVO ESQUEMA
O empresário investigado pela equipe do delegado Aurélio Paiva, da DEMAPA, parece estar sumido do meio empresarial, mas vem dando trabalho para o aparato policial paraense há alguns anos. Ele também é sócio proprietário da empresa GR Amorim, CNPJ n. 41.523.322/0001-00, que movimentou, no ano passado, em um só navio, mais de 85.000 toneladas de minério de manganês, que mais tarde a Policia Federal sobre tratar-se de minério ilegal, resultando na operação “curto circuito” pelo mesmo modos operandi que vem fazendo com a empresa Mineração 3 Marias.
Segundo apurações da Polícia Federal e da Polícia Civil do Pará, na época, a carga ilegal foi para empresa Sinergy, localizada na Bélgica, de propriedade do empresário Siraj Raj Pyakurel, também proprietário da empresa AAMA Intgernacional Comércio de Mercadorias Ltda, CNPJ 21.475.573/0001-41, com sede em são Paulo. Bastou a PF agir que ele colocou novas peças no tabuleiro, agora uma outra empresa, que emitiu, no corrente mês de junho, uma Nota Fiscal de 30.000 toneladas de minério de manganês, na SEFA, com destino à empresa AAMA, cujo destino final é a China, repetindo o ciclo da GR Amorim. A SEFA agiu rápido e suspendeu a inscrição Estadual da empresa e os números apontam para última apreensão de minério ilegal da PF, ou seja, 30.000 toneladas de manganês em local clandestino de Barcarena que iriam ser acobertados e exportados. Curiosamente, no dia 07/06/2024, a empresa Sólida Mineração LTDA, CNPJ N. 36.578.267/0001-08, emitiu Nota Fiscal de 2.300 toneladas de minério de manganês também para empresa AAMA, todas do grupo do suspeito, cujo destino final é exportação.
O trajeto da carga é o que mais chama atenção, pois o minério supostamente sai de Breu Branco, no Pará, e segue de balsa para Macapá – AP e a empresa remetente é do Estado do Tocantins. A Polícia apura se seria a carga interceptada pela Marinha próximo ao Porto de Santana, no dia 10/06 no Amapá. Basta fazer a leitura da Nota Fiscal para comprovar e verificar que o preço é de R$ 0,34 a tonelada do minério.
Para a Polícia, o suspeito percebeu que a empresa Três Marias afundou e segue ludibriando autoridades, utilizando velho grupo de empresas, abrindo espaço ao comércio estrangeiro que vê no Estado um verdadeiro celeiro mineral, deixando crateras no solo paraense e levando as autoridades ao extremo cansaço de entender as falcatruas.
Foto: Ascom/SRPF/PA