Inter e Grêmio pedem para Brasileirão parar e pressionam CBF

Os presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, e do Grêmio, Alberto Guerra, conversaram com diversos dirigentes de outros clubes da elite nacional solicitando apoio ao pedido que fizeram à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para que a Série A do Brasileiro seja interrompida totalmente, e não apenas os jogos dos clubes gaúchos sejam adiados.

Por enquanto, a direção da CBF decidiu adiar os jogos dos clubes gaúchos pelas competições nacionais no próximo fim de semana, como fez neste que passou. O motivo são os alagamentos em todo o Rio Grande do Sul por causa das chuvas, tragédia que já deixou mais de 80 mortos, centenas de desaparecidos e milhares de desabrigados.

Inter e Grêmio alegam que sairão prejudicados para o restante da competição neste cenário de adiamentos pontuais, já que acumulariam jogos no futuro, com pontuação atrás em um calendário apertado. Por isonomia, pedem a paralisação total da competição por algumas rodadas e foram buscar apoio de clubes de outros Estados. O Internacional fala em 20 dias sem partidas.

Guerra se incumbiu de ligar para seus pares na Libra, grupo que conta com clubes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Atlético-MG e Palmeiras. Barcellos conversou com cartolas da Liga Forte União, outro bloco que tem Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Vasco, Fortaleza, Athletico-PR, entre outros.

O presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, já se manifestou publicamente sobre achar necessário parar a competição totalmente neste momento. Outros dirigentes podem fazer o mesmo aumentado a pressão sobre o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Principalmente por causa do calendário, a CBF evitou até agora avançar na paralisação 100% sua principal competição de clubes. Mas as situações de Inter e Grêmio são críticas. A capital Porto Alegre está debaixo de água e o aeroporto Salgado Filho está fechado.

Os estádios de Grêmio e Internacional estão inundados, assim como os centros de treinamento, impossibilitando que os jogadores trabalhem. Ninguém arrisca uma previsão de quando esses equipamentos estarão funcionando normalmente.

Grêmio e Inter tiveram seus jogos contra Huachipato-CHI, pela Libertadores, e Real Tomayapo-BOL, pela Sul-Americana, respectivamente, adiados pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para datas ainda incertas.

 

JUVENTUDE

O Juventude, outro clube que disputa a Série A do Brasileirão, se posicionou em nota e afirmou que pediu a suspensão de partidas envolvendo o clube pelo menos até o dia 21 de maio. Os jaconeros reforçam que Caxias do Sul, cidade onde o clube está sediado, foi um dos mais atingidos.

 

NEGOCIAÇÕES

Com certeza serão adiados, pela Série A, os jogos Atlético-MG x Grêmio, marcado para sábado (11), na Arena MRV, em Belo Horizonte, e Inter x Juventude, no Beira-Rio, na segunda-feira (14), às 21h (de Brasília). O confronto pela Copa do Brasil entre Inter x Juventude, pela ida da terceira fase, adiado de 1º para 10 de maio, na próxima sexta, também não ocorrerá.

A CBF deve adiar também as partidas de Ypiranga, São José e Caxias, pela Série C, e de Novo Hamburgo, Avenida e Brasil de Pelotas pela D. Isso já ocorreu neste final de semana.

Os jogos adiados da Série A, segundo apurou a Itatiaia, devem ocorrer entre os dias 3 e 10 de junho. Nesse período ocorrerá uma Data-Fifa de amistosos das Seleções, no caso das Sul-Americanas em preparação para a Copa América, que será no fim de junho e julho.

Não há partidas da elite nacional marcadas para esse período, portanto os confrontos adiados devem ser encaixados nele.

Caso mais partidas não possam ser realizadas em rodadas futuras, a CBF usará também Datas-Fifa, nos meses de setembro, outubro e novembro, quando há janelas sem rodadas.

 

NOTA OFICIAL

Diante das adversidades impostas pelas recentes enchentes que assolaram o Estado do Rio Grande do Sul, o Esporte Clube Juventude informa que solicitou, junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a suspensão de todas as partidas que envolvam o clube em todas as competições organizadas pela entidade, por um período mínimo de 15 (quinze) dias a partir da data de 06/05.

As graves consequências das enchentes deixaram a região em estado de calamidade pública, resultando em danos irreparáveis às comunidades locais. Até o momento desta comunicação, os registros oficiais apontam para um cenário preocupante: 90 mortes, 132 pessoas desaparecidas, 361 feridos e 155,7 mil desalojados, afetando diretamente mais de 1 milhão de habitantes.. O boletim divulgado nesta terça-feira (7) pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul ainda aponta que há outros 4 óbitos sendo investigados. Caxias do Sul, cidade-sede do Esporte Clube Juventude, figura entre os municípios mais impactados, registrando um alto número de óbitos.

Prevê-se que as condições climáticas adversas persistam, com a possibilidade de retorno das chuvas ao final da semana. A logística do Estado foi severamente comprometida, com bloqueios em 102 trechos de 58 rodovias distintas, além da suspensão de todos os voos no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, até pelo menos 30 de maio.

Os eventos climáticos devastadores não apenas causaram danos físicos, mas também afetaram profundamente a vida e o bem-estar de milhares de pessoas, resultando em desalojamentos, perda de propriedades e escassez de recursos básicos, como água potável e alimentos.

Diante desse contexto, é impraticável e insensível manter os compromissos esportivos enquanto jogadores, funcionários e torcedores lidam com as consequências desoladoras dessa tragédia. Além disso, as condições logísticas inviabilizam a continuidade dos jogos conforme o calendário originalmente estabelecido pela CBF.

Neste momento, a prioridade do Esporte Clube Juventude é apoiar a comunidade e contribuir para sua recuperação.

Fonte e imagem:CNN Brasil