O presidente da França, Emmanuel Macron, desembarcou no Brasil em 26 de Abril e foi com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ilha do Combu, em Belém. Além de visitar a cidade que será sede em 2025 da COP30, o encontro ambiental da ONU, o francês conheceu de perto um exemplo de bioeconomia na Amazônia.
Dona Nena cultiva cacau e produz chocolates orgânicos em seu quintal, na floresta amazônica. Para chegar à ilha, um dos principais pontos turísticos de Belém, é preciso fazer uma travessia de cerca de 15 minutos de barco pelo rio Guamá.
Ansiosa para a visita de Lula e Macron, Dona Nena fez com os chefes de estado o mesmo roteiro de sempre, em que conta sua história e mostra o processo artesanal de fabricação do chocolate, desde a colheita do cacau. “Fiquei numa expectativa muito grande e muito feliz em saber que pessoas de tão longe querem conhecer meu trabalho. É um orgulho muito grande. Não tem preço que pague”, afirma.
Dona Nena diz que a procura dos turistas pela região aumentou depois do anúncio de Belém como sede da COP30 — e torce para que continue assim. “A gente espera que, com a COP, o mundo nos enxergue como pessoas que tem potencial, mas que precisam de um olhar carinhoso. Precisamos de pessoas que venham investir em pequenos negócios da população da floresta. Isso é o que vai manter a floresta de pé”, diz.
Quem é Dona Nena
Filha de produtores rurais, Dona Nena transformou as receitas da família em um negócio rentável, uma marca de chocolates criada em 2006. Além da produção dos doces, ela também coordena o projeto Vida Caboca, com foco em estratégias para consolidar pequenas empresas amazônicas. Sua plantação de cacau se tornou um roteiro turístico famoso na região.