Quem estiver no caminho da totalidade do eclipse solar da próxima segunda-feira, 08, vai experimentar um breve período de escuridão por alguns segundos ou minutos (isso depende de fatores que você pode conferir aqui). Este é o único momento seguro para olhar diretamente para o Sol sem óculos de proteção.
Ao observar a coroa solar durante a totalidade, será possível ver “torres” em tons de rosa-escuro e laços de plasma eletricamente carregado se estendendo muitas vezes o diâmetro da Terra para o espaço.
É provável até que seja possível ver alguma ejeção de massa coronal (CME). “Se tivermos sorte, uma CME se apresentará como uma estrutura retorcida, semelhante a uma espiral, no alto da atmosfera no Sol”, disse Ryan French, físico solar do Observatório Solar Nacional em Boulder, Colorado, nos EUA, ao site LiveScience.
Imagens do eclipse solar de 20 de abril de 2023, na Ilha Ah Chong, Ilhas Montebello, Austrália, mostram explosões no astro.
Uma CME é uma enorme ejeção de campo magnético e massa de plasma da coroa solar. Esse jato se move rápido, mas parece parado ao longo de algumas horas. “O que isso significa que a mesma erupção pode ser vista em Rochester como foi em Dallas, em diferentes estágios da mesma explosão de longa duração”, disse French.
CHILE
Levará 100 minutos para que a sombra da Lua cruze a América do Norte, então uma CME poderia sair um pouco antes e ser visível para todos sob um céu claro. Também é possível que CMEs sejam disparadas durante a totalidade. Um caso assim foi fotografado em 14 de dezembro de 2020, durante o “Grande Eclipse Patagônico” no Chile, quando o Sol estava próximo do mínimo solar (período de menor intensidade do ciclo de atividades de 11 anos do astro).
As explosões solares são poderosas rajadas de ondas de rádio, luz visível, raios X e raios gama na superfície do Sol que viajam à velocidade da luz e levam apenas cerca de oito minutos para chegar à Terra. Esses eventos, geralmente, são seguidos de uma CME.
“Uma erupção solar é diferente de uma CME – ela está localizada muito mais abaixo na atmosfera do Sol, mais perto da borda da Lua, e seria visível por apenas alguns minutos”, disse French. “Elas pareceriam semelhantes a proeminências de baixa altitude, visíveis como laços vermelhos mais próximos da superfície do Sol”.
No entanto, o momento e a posição de uma erupção solar e de uma CME teriam que estar certos. “Para ser visível da Terra, ele precisa estar localizado acima da borda do Sol (para não ser bloqueado pela Lua) durante os poucos minutos da totalidade”, disse French.
FLAVIA CORREIA
Dados coletados durante o eclipse de 2017 mostram explosões solares. Crédito: Equipe Citizen CATE Experiment 2017
Foto: Divulgação