Doença do carrapato em cachorro: o que é e como tratar

Carrapatos são vetores de diferentes doenças causadas por microrganismos. Essas condições também podem afetar pessoas, mas não existe transmissão direta entre cães e humanos.
Assim como os humanos, os cães também ficam deprimidos e letárgicos. Neles, esses sintomas podem estar associados a uma doença grave e potencialmente fatal: a doença do carrapato.

Os carrapatos são um dos principais transmissores de doenças para animais, desde bois, vacas a cães e gatos. Nos cachorros, duas bactérias e um protozoário que têm os carrapatos como vetores provocam enfermidades que vêm se tornando cada vez mais comuns pelo aumento dos diagnósticos: a anaplasmose, a babesiose e a erliquiose.

A primeira é provocada pela bactéria Anaplasma platys, que infecta o carrapato-vermelho-do-cão e que, por sua vez, infecta o cachorro (e também os gatos). A segunda é causada pelo protozoário Babesia canis, que também têm o mesmo ciclo, mas é transmitida pelo carrapato de veado (o mesmo da doença de Lyme).

Já a terceira é causada pela bactéria Ehrlichia canis, que causa a erliquiose, a doença do carrapato mais comum.

Para desespero dos donos de pets, os cães mordidos por carrapatos infectados podem ter as três infecções de modo concomitante, tornando o caso bem mais grave. Mas esses casos são mais raros.

Sintomas da doença do carrapato
Os carrapatos sugam os sangues dos animais e causam encrencas de natureza hematológica. Apesar dos diferentes parasitas, os sintomas são semelhantes entre si:

Perda de peso
Depressão
Febre
Mucosas pálidas ou hemorrágicas
Letargia
Vômito
Icterícia
Desidratação
Sangramento pela urina e fezes
A semelhança dos sintomas exige que o diagnóstico seja feito por meio de exames clínicos e laboratoriais.

Tratamento e prevenção para a doença do carrapato
Só um veterinário pode fazer o diagnóstico e indicar o melhor tratamento. Nos casos mais leves e moderados, são utilizados antibióticos e antiparasitários, que devem ser usados pelo tempo indicado pelo especialista mesmo que os sintomas desapareçam antes.

Em casos avançados, pode ser indicada também uma transfusão de sangue para ajudar na recuperação do animal.

O ideal é investir na prevenção da infestação de pulgas e carrapatos, controlando o ambiente onde o animal circula e usando remédios tópico ou orais que protegem os animais.

Outro fator importante de prevenção é garantir uma alimentação saudável, hidratação e exercícios na medida certa para turbinar a imunidade canina.

Doenças dos carrapatos também são transmitidas a humanos
A erquiliose, a babesiose e a anaplasmose também afetam humanos. A transmissão também é por meio dos carrapatos, não sendo possível adquirir a doença diretamente dos cães.

Os sintomas são semelhantes aos da febre maculosa (também transmitida por carrapatos, mas de outra espécie) com início abrupto: mal-estar generalizado, febre alta, calafrios, dor de cabeça e cansaço. As pessoas precisam ser mordidas pelos carrapatos por mais de 4 horas.

É bom lembrar que essas infecções podem ser assintomáticas e são incomuns entre humanos. Como no caso dos pets, são necessários exames laboratoriais para identificar o parasita e indicar o tratamento, que geralmente é feito com antibióticos.

Por Sílvia Lisboa/Saúde Abril