É provável que você conheça a história de alguém que teve um imbróglio para resolver envolvendo o plano de saúde, seja por causa de um descredenciamento de um médico, que acompanhava um tratamento longo ou até aquele problema com reembolsos. Pois, mais uma vez, o segmento ficou no topo do ranking de reclamações, realizado, anualmente, pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec). Segundo o levantamento, divulgado ontem quarta-feira, os planos atingiram o maior percentual (29,3%) em relação aos outros temas desde 2018, com exceção de 2020, quando foram superados pelos serviços financeiros.
No ranking de 2023, os serviços dos bancos alcançaram 19,4% das queixas. Demais serviços ficaram (13,7%), problemas com produtos (9,5%), e telecomunicações (8,2%) completam o topo da lista de queixas.
As cinco áreas somam mais de 80% das reclamações do ano. As demais concentram 19,9%, divididas entre água, energia e gás, transportes, turismo/viagens, alimentos, educação e entre outros.
RANKING
Entre as principais queixas relacionadas aos planos de saúde estão: 29,7% – dúvidas e reclamações a respeito de contratos, envolvendo, principalmente descredenciamentos e problemas com reembolsos; 29,7% – reajuste de planos de saúde; 8,74% – negativa de cobertura.
Diante deste cenário, o Idec concentra sua atuação na regulamentação dos planos coletivos, pesquisa sobre as diferenças entre os reajustes do setor, cobrança de regras mais justas de descredenciamento e defesa pelo entendimento mais amplo do rol de procedimentos da ANS.
Já em relação ao segundo maior campeão de queixas, os serviços financeiros, o maior número de reclamações se deve aos seguintes fatores:
21,6% – problemas relacionados à segurança das transações bancárias e golpes; 14,7% – cobranças indevidas; 14,2% – renegociação de dívidas.
O trio de problemas representa mais de 50% das demandas do segmento. Para tentar combatê-los, o instituto cobra mais segurança dos bancos, entrou na Justiça contra o bloqueio de celulares em contratos de pessoas endividadas e atuou para a implementação da lei do superendividamento no país.
O setor de serviços, em 2023, subiu uma posição, representando 13,7% das reclamações. Entre as queixas apontadas estão: 18,7% – vício de qualidade; 17,2% – problemas com contrato; 11,9% – práticas abusivas.
Na quarta colocação, ficaram as dúvidas e queixas relacionadas a problemas com produtos em geral. As reclamações mais apontadas foram descumprimento de oferta, com 33,3%, seguido vício de qualidade (23,7%). Em terceiro lugar apareceram as queixas sobre cláusulas contratuais (10,7%).
Como último da lista, na 5ª posição, ficaram as dúvidas e queixas sobre o setor de telecomunicações, com 8,2%. Os principais problemas apontados foram: 23,7% – cobrança indevida; 20% – cláusulas contratuais; 13,7% – prática abusiva.
Nesta semana, o Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec), que atua há 36 anos na defesa de direitos, mudou de marca para ampliar sua presença.
Por O Tempo, texto e imagem