Amanhã sexta-feira, dia 12/01/2024, a capital paraense, Belém, completa 408 anos de história. Fundada pelos portugueses em 12 de janeiro de 1616, originalmente como um forte chamado Feliz Lusitânia. A cidade cresceu e se tornou um importante centro comercial e administrativo na região amazônica durante o período colonial. Já no ciclo da Borracha, durante o século XIX, a economia de Belém e da região do Pará prosperou com a extração de látex das seringueiras na Amazônia. Isso trouxe grande riqueza para a cidade, e naquela oportunidade, Belém se tornou um centro comercial e cultural importante na região.
Entretanto, no início do século XX, o Ciclo da Borracha entrou em declínio devido à concorrência com a produção de borracha em outras partes do mundo, impactando com isso significativamente a economia de Belém, levando a uma fase de estagnação econômica. Ao longo das décadas seguintes, a capital buscou diversificar sua economia com a contribuição de setores como a agricultura, pesca, indústria, comércio e serviços, com destaque especial para os dois últimos (comercio e serviços), que desempenham um papel proeminente na economia local.
CULINÁRIA
Belém do Pará também se destaca por sua rica herança cultural, manifestada em eventos como o Círio de Nazaré, uma das maiores procissões católicas do Brasil e do mundo. Cabe destacar, ainda, sua culinária única, incluindo pratos amazônicos e frutas tropicais. Nos últimos anos, o turismo tem sido uma parte importante da nossa economia, atraindo visitantes para explorar a cultura e as belezas naturais da região.
Com base em todo este potencial econômico da nossa capital paraense e visando também contribuir com as várias discussões sobre o aniversário de Belém, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará – Dieese/PA divulga nesta oportunidade breve estudo produzido com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged/Ministério do Trabalho, considerando a geração de postos de trabalhos formais, registrada ao longo do ano de 2023, em todos os setores macroeconômicos da capital.
Segundo os dados mais recentes do Caged, analisados pelo Dieese/PA, considerando o balanço sobre a geração de empregos formais em Belém no ano passado (Janeiro-Novembro/2022), o comparativo entre admitidos e desligados mostra crescimento de postos de trabalhos. Foram feitas no período analisado, na capital paraense, um total de 103.006 admissões, contra um total de 91.534 desligamentos, gerando um saldo positivo de 11.472 postos de trabalhos, resultado este 21,00% maior que saldo obtido pela no mesmo período do ano passado (Janeiro-Novembro/2021), quando houve registro de um saldo positivo de 9.473 postos de trabalhos.
Segundo Everson Costa, supervisor técnico do Dieese, os dados analisados mostram que, no ano passado, todos os setores de econômicos da capital, no comparativo entre admitidos e desligados, apresentaram crescimento na geração de empregos formais, com destaque para o Setor de Serviços, com saldo positivo de 6.826 postos de trabalhos, seguido do Setor de Comércio, com saldo positivo de 2.606 postos de trabalhos; Setor da Construção, 1.278; Setor da Indústria, 501, e o Setor da Agropecuária, com saldo positivo de 261 postos de trabalhos.
Ainda de acordo com o estudo do Dieese/PA, os dados analisados do Caged mostram também que, no ano passado (Janeiro-Novembro/2023), se levarmos em consideração a geração de empregos formais em todos os 144 municípios paraenses, Belém se destaca em primeiro lugar no ranking da criação e geração de postos de trabalhos formais em todo o Estado do Pará.
As analises do Dieese/PA mostram ainda que, no ano passado (Janeiro-Novembro/2023), todas as capitais que compõem a Região Norte, no comparativo entre admitidos e desligados, apresentaram crescimento na geração de empregos formais, com destaque para Manaus (AM), com saldo positivo de 21.085 postos de trabalhos, seguida de Belém (PA), com saldo positivo de 11.472 postos de trabalhos e Palmas (TO), com saldo positivo de 6.074 postos de trabalhos.
Ao longo de sua história, Belém do Pará passou por várias transformações econômicas e culturais, entretanto, a capital vem mantendo sua importância como centro urbano e cultural na Amazônia brasileira. Cabe destacar ainda os imensos desafios no que diz respeito ao desenvolvimento econômico e com a sua economia montada em grande parte por dois grandes setores: Comércio e Serviço. Na conjuntura mais recente, assim como outras áreas na Amazônia, Belém também enfrenta enormes desafios relacionados às mudanças climáticas e questões ambientais.
A escolha de Belém do Pará, agora como sede da COP30, espelha um importante reconhecimento da região amazônica no contexto das discussões globais sobre as questões ambientais. Entretanto, cabe discutir para além das questões ambientais, a urgente redução das desigualdades econômicas e sociais presentes na região, estabelecendo meios, por exemplo, para ampliação fortalecimento das economias locais, ampliação do mercado com oportunidades decentes de trabalho e geração de renda.
Nos últimos dez anos, segundo o Dieese/PA, o número de pessoas em média admitidas na Capital foi de aproximadamente 100 mil pessoas ano. Ainda no campo da empregabilidade, a junção de esforços e de investimentos abrangendo todos os Setores da economia, principalmente nos maiores concentradores de mão-de-obra também pode melhorar este cenário, aliado é claro as ações e investimentos (publico e privado) na Educação e Qualificação Profissional.
Imagem: Nazaré Sarmento/Ronabar
Por Roberto Barbosa/Jornal Passaporte/Cleiton Palmeira.