Celso Sabino é citado como provável candidato a prefeito, diz portal

O cenário político brasileiro para as eleições municipais de 2024 revela uma dinâmica complexa. Os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrados a uma coalizão de vários partidos, desempenharão papéis cruciais em diversas cidades estratégicas. Para entender o posicionamento dos ministros do governo federal durante a corrida eleitoral do próximo ano, o portal Metrópoles consultou especialistas, e o nome do paraense Celso Sabino aparece com destaque.

Segue um resumo da extensa matéria do portal Metrópole:

A coalizão presidencial, composta por PSB, PCdoB, PSol, PDT, Rede, União Brasil, MDB e PSD, ampliou-se ao incorporar o Republicanos e o PP, anteriormente vinculados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Joscimar Silva, professor de ciências políticas da Universidade de Brasília (UnB), as eleições municipais de 2024 deverão mostrar a força do grupo petista ou, ainda, a reorganização de forças políticas da direita.

“As eleições do próximo ano serão um bom medidor das forças políticas nacionais para as eleições de 2026. A composição dos ministérios no terceiro governo Lula já apontam para a corrida eleitoral de 2024, dada a distribuição das coalizões com diversos partidos de centro e centro-direita e também respeitando as forças políticas estaduais”, explica o professor.

Para o coordenador acadêmico da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Volgane Carvalho, o perfil, a subjetividade de cada ministro e a forma como eles formam alianças e se relacionam com os outros políticos e partidos são habilidades determinantes para o sucesso eleitoral.

Belém

Em Belém, a capital do Pará, a situação eleitoral permanece indefinida. O governador Helder Barbalho (MDB), focado na COP30, e seu irmão, Jader Filho (MDB), ministro das Cidades, postergam as discussões eleitorais para evitar divisões na base partidária.

A figura do atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSol), continua sendo uma peça-chave, mas resistências internas podem impactar a possível reeleição.

A novidade na capital paraense é a possível candidatura do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil). Segundo Volgane, essa ascensão política e influência local têm o potencial de moldar alianças e definir o futuro cenário político de Belém.

“Celso Sabino é um exemplo interessante, porque, sem dúvida nenhuma, ele alcançou um destaque político recentemente, em grande parte por conta da sua habilidade, do seu trato, das boas relações que ele mantém com todos os espectros ideológicos”, avalia o coordenador da Abradep.

“Mantendo boas relações e fazendo concessões com diálogo, você consegue ter uma postura relacionada à defesa de bandeiras ideológicas, mas sem que isso seja um entrave para as relações que você vai manter no cenário político, o que vai te propiciar inclusive a possibilidade de chegar até o fim acordos com lados muito diversos”, conclui.

No resto das capitais

Em São Paulo, as eleições de 2024 prometem uma disputa acirrada entre Guilherme Boulos (PSol-SP), apoiado por Lula, Tabata Amaral (PSB-SP) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP). Boulos conta com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enquanto Tabata Amaral recebe apoio de correligionários como Geraldo Alckmin e Márcio França. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), deve apoiar Ricardo Nunes, apesar de sua proximidade com Jair Bolsonaro.

Em Fortaleza, Camilo Santana (PT) busca impedir a reeleição do prefeito José Sarto (PDT), enquanto em Maceió, o apoio de Lula a um candidato ligado ao ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), intensifica as tensões políticas. No Rio de Janeiro, a aliança PT-PSD enfrenta desafios internos na escolha do vice para a reeleição de Eduardo Paes.

Em São Luís, a possível disputa entre o ministro Flávio Dino (PSB) e Juscelino Filho (União Brasil) pode indicar uma divisão política no Maranhão. Em Pernambuco, João Campos (PSB-PE) busca apoio de ministros e aliados de Lula, destacando a importância de fortalecer bases no Nordeste. Na Bahia, Rui Costa (PT) molda a escolha do candidato à Prefeitura de Salvador, enfrentando divergências internas.

PL x PT

O Partido Liberal (PL), atuando como oposição, planeja lançar candidatos em várias prefeituras, buscando se destacar como protagonista e apresentando uma imagem mais moderada de Bolsonaro. Figuras como o general Braga Netto e o deputado federal Ricardo Salles surgem como peças centrais nas estratégias bolsonaristas. O PL, liderado por Valdemar Costa Neto, pretende eleger pelo menos 1,5 mil prefeitos nas eleições de 2024, destacando-se como a legenda que mais cresce no Brasil.

Enquanto isso, Lula, como cabo eleitoral do PT, prometeu apoiar candidatos petistas nas eleições municipais, comprometendo-se a seguir a direção do partido. Ele enfatizou que, embora não possa visitar todas as cidades, os ministros estarão disponíveis para ajudar nas campanhas eleitorais de 2024. Lula destacou a necessidade de nacionalizar a campanha e, de maneira descontraída, mencionou a possibilidade de os ministros darem “um pitaco” após o expediente de trabalho.

Fonte: Ver-o-fato/Foto: Agência Brasil