Conta de luz deve deve fica mais cara no próximo ano; média pode subir em mais de 10%

O Brasil já é um dos países em que a conta de luz mais pesa no bolso do consumidor – e a tendência é que isso piore no próximo ano. A expectativa é de que ocorra um aumento médio de 6,5% nas contas de luz do brasileiro, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) ao qual o Terra teve acesso.

Essa é a média prevista para todo o Brasil, contabilizada a partir dos valores médios das distribuidoras de energia espalhadas pelos Estados.

Nestas estimativas não estão contabilizados tributos, mas são levados em consideração os encargos – que ficam, em sua maioria, associados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), composta por subsídios pagos pelos próprios consumidores.

Segundo levantamento da Abrace, dos mais de R$ 37 bilhões em despesas da CDE previstas para o ano que vem, em torno de R$ 30 bi serão pagos pelo consumidor em tarifas nas contas de luz.

A iniciativa ressalta que na CDE também constam subsídios justos, como a Tarifa Social de Energia Elétrica, que concede descontos para consumidores de baixa renda.

O valor do aumento da conta de luz também considera os R$ 60 bilhões em créditos de impostos que aliviam a conta final dos consumidores. A medida foi sancionada em 2022 em função de cobranças indevidas de ICMS na base de cálculo de Pis/Cofins pagos em contas passadas.

Há uma pressão por parte das distribuidoras para que a questão seja revertida. Caso isso ocorra, sem o atenuante do crédito aos consumidores, o aumento da conta de luz no ano que vem pode chegar a 10,41%.

Quanto deve aumentar em cada Estado?
O aumento da conta de luz, nos cenários com e sem o crédito de impostos, varia pelo País – dependendo da empresa responsável pela gestão da energia local. Por conta disso, na contramão do cenário geral, há regiões que podem ter redução da conta de luz.

Confira as estimativas da Abrace para parte das distribuidoras, das que devem ter maior aumento para as que devem registrar diminuição na conta:

• Equatorial – Goiás

Com crédito: aumento médio de 19,07%

Sem crédito: aumento médio de 22,79%

• Cemig – Minas Gerais

Com crédito: aumento médio de 15,65%

Sem crédito: aumento médio de 15,65%

• Equatorial – Alagoas

Com crédito: aumento médio de 10,41%

Sem crédito: aumento médio de 10,41%

• CPFL Piratininga – São Paulo

Com crédito: aumento médio de 9,66%

Sem crédito: aumento médio de 14,26%

• Enel – São Paulo

Com crédito: aumento médio de 9,05%

Sem crédito: aumento médio de 12,96%

• Copel – Paraná

Com crédito: aumento médio de 6,87%

Sem crédito: aumento médio de 14,64%

• Celesc – Santa Catarina

Com crédito: aumento médio de 6,80%

Sem crédito: aumento médio de 12,68%

• Energisa – Mato Grosso do Sul

Com crédito: aumento médio de 5,49%

Sem crédito: aumento médio de 12,87%

• Energisa – Mato Grosso

Com crédito: aumento médio de 5,15%

Sem crédito: aumento médio de 11,84%

• CPFL Paulista – São Paulo

Com crédito: aumento médio de 4,86%

Sem crédito: aumento médio de 10,74%

• Cosern – Rio Grande do Norte

Com crédito: aumento médio de 3,96%

Sem crédito: aumento médio de 14,55%

 

Fonte: Terra/Foto: Reprodução/iStock/RafaPress