Banco Central reduz Selic para 11,25% ao ano em decisão unânime do Copom

O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (31) uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Com esse corte, a taxa anual caiu de 11,75% para 11,25%, atingindo o menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75%. A decisão foi tomada de forma unânime pelo Comitê de Política Monetária (Copom), composto por oito diretores e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Essa é a quinta redução consecutiva da Selic, todas elas de 0,5 ponto percentual.

No comunicado divulgado, o BC sinalizou a possibilidade de mais cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom, previstas para março e maio.

“Em caso de confirmação do cenário esperado, os membros do Comitê, de forma unânime, preveem redução de magnitude semelhante nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, informou o comunicado.

Essa foi a primeira reunião do Copom com os dois novos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado. Paulo Picchetti assumiu a Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, enquanto Rodrigo Alves Teixeira assumiu a Diretoria de Administração. Com essas nomeações, Lula já indicou quatro dos nove diretores do BC, incluindo Gabriel Galípolo, para a Diretoria da Política Monetária, e Ailton De Aquino Santos, para a Diretoria de Fiscalização.

Eis a íntegra da ata do Copom:

O ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e por sinais de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, assim como as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.

Essa foi a primeira reunião do Copom com os dois novos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado. Paulo Picchetti assumiu a Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, enquanto Rodrigo Alves Teixeira assumiu a Diretoria de Administração. Com essas nomeações, Lula já indicou quatro dos nove diretores do BC, incluindo Gabriel Galípolo, para a Diretoria da Política Monetária, e Ailton De Aquino Santos, para a Diretoria de Fiscalização.

Eis a íntegra da ata do Copom:

O ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e por sinais de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, assim como as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.

O Comitê ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.  O Comitê avalia que a conjuntura, em particular devido ao cenário internacional, segue incerta e exige cautela na condução da política monetária.

Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas.

Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

 

* No cenário de referência, a trajetória para a taxa de juros é extraída da pesquisa Focus e a taxa de câmbio parte de USD/BRL 4,95, evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. Além disso, adota-se a hipótese de bandeira tarifária “verde” em dezembro de 2024 e de 2025. O valor para o câmbio foi obtido pelo procedimento, que passou a ser adotado na 258ª reunião, de arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos dez dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.

Fonte: Gazeta Brasil/Foto: Divulgação/Agência Brasil